O ato público de homenagem a irmã Dorothy Stang e de solidariedade àqueles que continuaram a sua luta em Anapu ocorreu no início da tarde do dia 12 de fevereiro, no Centro de Formação São Rafael, local onde a missionária foi enterrada.
As caravanas presentes vieram de várias partes do estado do Pará. Belém, Ananideuma, Castanhal, Capitão Poço, Santarém, Altamira, Paragominas, Concórdia do Pará, Uruará foram algumas cidades citadas como presentes no evento, além de uma delegação do Maranhão, uma estudante de Goiás e ainda missionárias americanas da congregação de Notre Dame de Namur, da qual fazem parte outras missionárias que atuam na região, inclusive Dorothy.
O ato teve início com a fala da Superintendente do Incra de Santarém, Cleide Souza, que reafirmou os compromissos assumidos na audiência pública ocorrida no último dia 25 de janeiro
A dirigente anunciou que esteve em reunião com a Direção do Incra em Brasília que disponibilizou recursos para a imediata construção de guaritas de segurança nas principais entradas do assentamento, uma das principais pautas das famílias que estão acampadas no PDS Esperança.
A Senadora Marinor Brito (PSOL-PA) fez inicialmente uma fala de homenagem à Dorothy Stang para em seguida fazer um duro discurso contra a ingerência de políticos ligados ao Partido dos Trabalhadores na região. Marinor fez referência direta à governadora Ana Júlia Carepa, lembrando que por diversas vezes equipes de fiscalização ambiental e de segurança não foram enviadas para Anapu por interferência direta da petista, o que permitiu o crescimento da extração ilegal de madeira e o clima de violência.
Mary Cohen, representando a OAB no ato, lembrou os processos de prisões, ameaças e criminalização de lideranças e movimentos sociais em todo o estado do Pará.
Diversas entidades sindicais e movimentos sociais se sucederam em falas de homenagem, solidariedade e denúncias. Estiveram presentes a Central Sindical e Popular Conlutas; o Sindicato da Construção Civil de Belém; o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade; o Movimento Xingu Vivo para Sempre; a União das Entidades Comunitárias de Santarém; a Federação das Associações de Moradores e Comunitárias de Santarém; a Consulta Popular; o Movimento de Atingidos por Barragens, o Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns; Núcleo de Assessoria Jurídica Popular “Cabano”; a Comissão de Justiça e Paz da CNBB Regional Norte II; a Prelazia do Xingu; o Movimento Mulher; o PSTU e o PSOL.
O movimento estudantil esteve em peso com estudantes de várias partes do estado e de várias entidades: a Associação Nacional dos Estudantes-Livre; a União dos Estudantes de Santarém; o DCE da Universidade Federal do Oeste do Pará e diversos Centros Acadêmicos da Universidade Federal Rural da Amazônia.
Depois de encerrada a seqüência de intervenções, houve um ato simbólico em volta do túmulo de Dorothy, seguido de plantio de mudas na área do centro de formação.
As atividades da noite incluíram um jantar comunitário e uma festa dançante chamada “Forró da irmã Dorothy”. Apesar de soar estranho para alguns, as pessoas que conviveram com a missionária afirmam que mesmo nos momentos mais difíceis, Dorothy demonstravam muita alegria e fazer uma festa é uma das melhores formas de lembrá-la.
Entenda a situação acompanhando o marcador conflito em Anapu