quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Óleo de peroba

Já não bastam apenas as concessões florestais para os madeireiros. Há duas semanas, o setor pediu mais. Eles querem que os custos de manutenção e de infra-estrutura das chamadas “florestas públicas” (áreas licitadas pela União e controladas pelos madeireiros por até quarenta anos) sejam divididos com o Estado. O setor defende que as estradas para a retirada de madeira sejam feitas pela União, que haja uma linha de financiamento específica para equipamentos (com baixos juros) e um preço mínimo, livre da variação de mercado, para a madeira extraída. 

"A concessão florestal é uma iniciativa socioambiental, cujo maior fim não é gerar riquezas para a União, mas promover o desenvolvimento social da Amazônia. Por isso, os valores mínimos poderiam ser mais baixos", defendeu Justiniano Neto, diretor da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (Aimex), durante o encontro "Concessões florestais: viabilidade econômica e perspectivas", promovido pela Aimex em conjunto com o Serviço Florestal Brasileiro.  

O gerente executivo do Serviço Florestal Brasileiro, Marcelo Arguelles, registrou as reivindicações dos madeireiros. "A intenção de promover este momento foi coletar sugestões e divulgar a importância das concessões", avalia. O debate teve a participação da Fiepa, Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado (Ideflor) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No Pará, são quatro as florestas federais em processo de concessão, três delas na região da BR-163, a rodovia Santarém-Cuiabá. Somadas, as florestas nacionais (Flona) de Altamira, Amaná e Crepori, em Itaituba e Jacareacanga, têm mais de dois milhões de hectares. Na Calha Norte, a Flona Saracá-Taquera tem 440.958 ha. 

O curioso, é que quando se criou a chamada "Lei de Florestas Públicas” , a promessa é que os madeireiros seriam os salvadores da Amazônia, pois só eles seriam capazes de manter a floresta em pé. 

*Com algumas informações do jornal “O Liberal”.

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