terça-feira, 6 de setembro de 2011

Italianos fazem protesto e greve geral contra plano de "austeridade"

Os trabalhadores italianos promovem uma greve geral nesta terça-feira (6), com protestos em diversas cidades. Eles criticam o plano de "austeridade" defendido pelo governo para reduzir gastos públicos e cortar investimentos na área social – incluindo previdência e seguridade públicas – além de aumentos de impostos. A discussão tramita no Congresso. A convocação da greve foi feita pela maior central sindical italiana, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL).

Em Florença (centro da Itália), 10 mil pessoas reuniram-se. Houve relatos de protestos em Roma e em Gênova (norte do país). Segundo a central, marchas acontecem em mais de cem cidades. Segundo os sindicalistas, as medidas do governo estimulam a demissão de empregados. "É um plano que este país não merece. Estamos à beira do abismo e precisamos de um governo responsável", disse a secretária-geral da Cgil, Susanna Camusso. De acordo com os organizadores, a adesão à greve deve durar oito horas.

O plano foi lançado em agosto e o governo do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, quer aprová-lo ainda em setembro. Segundo os governistas, o objetivo é equilibrar o orçamento do governo central até 2013, incluindo reformas no mercado de trabalho e estímulo às privatizações de serviços públicos. Vale lembrar que, em junho, um plebiscito descartou a venda de empresas de abastecimento de água, por exemplo.

A economia italiana é vista com desconfiança desde o início da crise em países europeus. Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda enfrentam instabilidades envolvendo risco de moratória. O desempenho desses países tem sido fraco desde o início da crise, em 2008, e ela apenas se agravou apesar de ações dos governos para estimular a atividade econômica.
Nesta terça-feira, o texto do plano italiano chega ao Senado. Se aprovado como se espera até o final desta semana, o projeto segue para a Câmara dos Deputados. O governo tem maioria em ambas as casas.
Agências de notícias relatam cancelamentos de voos e operação restrita de trens, metrôs e ônibus em Roma. Pontos turísticos, como o Coliseu de Roma, estão fechados devido às manifestações.

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