quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Os santarenos que dizem NÃO


Dois filhos ilustres, embora não tão queridos pelas elites de Santarém, não escondem a posição contrária à divisão do Pará.


O professor da Universidade Federal do Pará Aluízio Lins Leal vem a meses denunciando os fatores econômicos que motivam a proposta de divisão territorial. O mesmo participou de inúmeras mesas e debates nos últimos meses defendendo esta posição.

 “Os casos de Estados ou desmembramentos territoriais SEMPRE mostraram que por trás dêles sempre estão aquelas duas razões – um interesse econômico forte, ou um forte grupo econômico que quer controlar diretamente o poder político”, diz trecho do artigo do professor que está no jornal “A Poronga” (página 06 e 07), editado em outubro pela Diocese de Santarém.

“A campanha pela redivisão do Pará envolve dois casos: o dos Carajás e o do Tapajós. E eles são, ao mesmo tempo, diferentes e semelhantes entre si. Diferentes, porque no primeiro já se executou tudo o que ainda precisa ser executado no segundo; semelhantes porque em ambos existem a mesma ‘mecânica’ de pressão: grandes grupos colonizadores vindos de fora, deslocando os incompetentes donos do poder local, e que agora o querem diretamente para si através da criação de um Estado, para melhor criarem todas as condições que vão permitir garantir aumentar o seu projeto de poder.”, destaca Aluísio Leal no referido artigo que se encontra disponível na íntegra para leitura e para baixar na Biblioteca do Blog.

Outro mocorongo ilustre, o premiado jornalista Lúcio Flávio Pinto, tem intensificado nos últimos dias os artigos sobre o plebiscito em que a população opinará sobre a criação ou não dos estados do Tapajós e Carajás.

Mais discreto em relação ao assunto do que Leal, o jornalista dono do famoso Jornal Pessoal tem deixado de forma implícita a posição em várias colunas de meios de comunicação nacionais:

“O eleitor paraense votará no dia 11 mais por impulso emocional ou político do que por razões técnicas. Como se temia, o debate sobre o tema da redivisão do Estado, de curta duração, extrapolou rapidamente da análise dos argumentos para uma polarização tipicamente eleitoral, passional e agressiva. Seria a confirmação de que, por trás da questão de criar ou não os Estados de Tapajós e Carajás onde está hoje apenas o Pará, há fortes interesses políticos e empresariais.”, disse em artigo publicado na Agência Adital.

“Uma série de graves problemas revela que a criação de novas unidades administrativas num espaço federativo de grandes dimensões não será a solução que se aponta se não houver uma mudança profunda na gestão do espaço, independentemente de ele ser extenso ou curto. Logo se poderá constatar que os bilhões de reais demandados por atividade-meio nova significará um desperdício de dinheiro precioso de sua aplicação em atividade-fim. Tapajós e Carajás seriam mais bem servidos com esses investimentos do que se tornando Estados”, afirma Lúcio Flávio. 
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