Dois filhos ilustres,
embora não tão queridos pelas elites de Santarém, não escondem a posição
contrária à divisão do Pará.
O professor da
Universidade Federal do Pará Aluízio
Lins Leal vem a meses
denunciando os fatores econômicos que motivam a proposta de divisão
territorial. O mesmo participou de inúmeras mesas e debates nos últimos meses
defendendo esta posição.
“Os casos de Estados
ou desmembramentos territoriais SEMPRE mostraram que por trás dêles sempre
estão aquelas duas razões – um interesse econômico forte, ou um forte grupo
econômico que quer controlar diretamente o poder político”, diz trecho do artigo do professor que está no jornal “A Poronga”
(página 06 e 07), editado em outubro pela Diocese de Santarém.
“A campanha pela redivisão
do Pará envolve dois casos: o dos Carajás e o do Tapajós. E eles são, ao mesmo
tempo, diferentes e semelhantes entre si. Diferentes, porque no primeiro já se
executou tudo o que ainda precisa ser executado no segundo; semelhantes porque
em ambos existem a mesma ‘mecânica’ de pressão: grandes grupos colonizadores
vindos de fora, deslocando os incompetentes donos do poder local, e que agora o
querem diretamente para si através da criação de um Estado, para melhor criarem
todas as condições que vão permitir garantir aumentar o seu projeto de poder.”, destaca Aluísio Leal no
referido artigo que se encontra disponível na íntegra para leitura e para
baixar na Biblioteca do Blog.
Outro mocorongo ilustre, o
premiado jornalista Lúcio
Flávio Pinto, tem intensificado nos últimos dias os artigos sobre o
plebiscito em que a população opinará sobre a criação ou não dos estados do
Tapajós e Carajás.
Mais discreto em relação
ao assunto do que Leal, o jornalista dono do famoso Jornal Pessoal tem deixado de forma implícita a
posição em várias colunas de meios de comunicação nacionais:
“O eleitor paraense votará
no dia 11 mais por impulso emocional ou político do que por razões técnicas.
Como se temia, o debate sobre o tema da redivisão do Estado, de curta duração,
extrapolou rapidamente da análise dos argumentos para uma polarização
tipicamente eleitoral, passional e agressiva. Seria a confirmação de que, por
trás da questão de criar ou não os Estados de Tapajós e Carajás onde está hoje
apenas o Pará, há fortes interesses políticos e empresariais.”, disse em artigo publicado na Agência
Adital.
“Uma série de graves
problemas revela que a criação de novas unidades administrativas num espaço
federativo de grandes dimensões não será a solução que se aponta se não houver
uma mudança profunda na gestão do espaço, independentemente de ele ser extenso
ou curto. Logo se poderá constatar que os bilhões de reais demandados por atividade-meio
nova significará um desperdício de dinheiro precioso de sua aplicação em
atividade-fim. Tapajós e
Carajás seriam mais bem servidos com esses investimentos do que se tornando
Estados”, afirma Lúcio Flávio.