Por
Luana Lourenço*
O
Ministério Público Federal (MPF) em Altamira (PA) vai pedir a investigação de
uma denúncia de ameaça de morte sofrida por um jornalista do Movimento Xingu
Vivo para Sempre, que reúne organizações sociais contrárias à construção da
Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu.
Em
depoimento ao MPF, o jornalista Ruy Sposati disse que foi ameaçado de morte,
ontem (12), por dois homens que estavam em uma caminhonete enquanto ele
acompanhava um grupo de trabalhadores demitidos da obra.
O
MPF encaminhou o caso para o Ministério Público Estadual do Pará e para a
Corregedoria da Polícia Militar, porque, segundo depoimento do jornalista, o
carro de onde saíram os autores da ameaça pertence à corporação.
Sposati
acompanhava um grupo de 80 trabalhadores demitidos da obra. De acordo com o
Movimento Xingu Vivo para Sempre, as dispensas são uma retaliação às
paralisações recentes dos trabalhadores durante a negociação por reajustes
salariais. Em novembro, 140 trabalhadores foram demitidos de uma só vez.
O
Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), responsável pela obra, informou que
as demissões são parte “do movimento operacional normal” de uma obra do porte
de Belo Monte. Segundo a assessoria do consórcio, todos os meses, trabalhadores
são contratados e demitidos, mas o número de admissões tem superado o de
dispensas. O empreendimento tem, hoje, cerca de 5 mil trabalhadores e deve
chegar a 20 mil, em 2013.
Movimentos
sociais contrários à construção da usina organizam novas manifestações contra a
hidrelétrica esta semana. Os protestos devem acontecer em oito cidades de sete
estados, entre os dias 15 e 17.
Desta
vez, as manifestações vão reforçar a campanha que tem como slogan "Belo
Monte: com Meu Dinheiro Não!”, lançada pelo Movimento Xingu Vivo para Sempre,
na última semana. A campanha pede para a sociedade pressionar os bancos a não
financiarem o projeto.
*Com
edição de Lana Cristina, Agência Brasil,
13/12/2011.