Em
audiencia com ministros, Movimento entrega 1,35 milhão de assinaturas contra
usina e documento à Dilma Rousseff, mas governo diz que investimentos ja são
grandes demais para retroagir, apesar de problemas no processo
No final desta terça feira, 17, os
representantes do Movimento Gota D’água Sergio Marone, Maria Paula e Natalia
Dill, acompanhados da coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antonia
Melo, e do padre Ricardo Rezende, do Movimento Humanos Direitos, foram
recebidos em audiência pelos ministros da Secretaria Geral da Presidência,
Gilberto Carvalho, do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, e de Minas e Energia,
Edison Lobão, para discutir o polêmico projeto de Belo Monte. Na oportunidade,
foi feita a entrega simbólica do 1,35 milhão de assinaturas colhidas pelo Gota
D’água contra a usina.
De acordo com Antônia Melo, apesar de
garantirem uma predisposição para ampliar o diálogo sobre a política energética
brasileira, os representantes do governo foram taxativos ao afirmar que Belo
Monte não será paralisada em função dos grandes investimentos já feitos na
obra. “Quando falamos dos problemas da falta de diálogo com as populações
atingidas, Lobão tentou argumentar que Belo Monte é um projeto gestado por mais
de 40 anos, período em que os indígenas, por exemplo, teriam sido
suficientemente ouvidos. Mas no fim admitiram falhas no processo de Belo Monte,
ao dizer que os próximos projetos de hidrelétricas na Amazônia seriam
conduzidos de forma diferente”, relata.
Segundo a coordenadora do Xingu Vivo,
o governo admitiu que o número de assinaturas coletadas pelo Gota D’água é
expressivo, e que, diante disso, estaria disposto a ampliar o dialogo. Também
deixou claro que estaria envolvendo o movimento em futuras discussões por serem
seus membros “formadores de opinião”. “Os ministros falaram que querem realizar
um grande seminário sobre política energética em fevereiro de 2012, e
convidaram o Gota D’água a participar. O movimento agradeceu o convite, mas
ponderou que levará especialistas que confrontam a visão técnica do governo”.
Já segundo Sergio Marone, que leu uma
extensa carta endereçada a presidente Dilma Rousseff, “ao passo que o governo
se mostrou irredutível [acerca de Belo Monte], nós continuaremos a nossa
campanha pela imediata paralisação da obra, ao mesmo tempo em que
pressionaremos pela abertura de um debate sobre política energética que envolva
um dialogo verdadeiro, onde as demandas das populações são ouvidas e
considerada
Leia o documento entregue ao governo no sítio do Xingu Vivo