terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Farra: Mais um milho transgênico aprovado

A CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovou nesta quinta-feira mais uma variedade de milho transgênico. O Herculex, desenvolvido pela DuPont e Dow Agrosciences, reúne as duas modificações genéticas existentes hoje no mercado: a tolerância à aplicação de herbicida e a toxicidade a insetos. O herbicida, neste caso, é o glufosinato de amônio, que poderá ser aplicado diretamente sobre as lavouras. A votação teve 16 votos favoráveis e 5 votos contrários à liberação comercial.

Em parecer contrário à liberação, o pesquisador Paulo Brack (UFGRS) insiste que inexistem estudos realizados nos ecossistemas brasileiros que tenham avaliado os efeitos negativos sobre espécies não-alvo (as que não deveriam ser atingidas pela toxina) do milho contendo a proteína transgênica Cry1f. Segundo citações em seu parecer, espécies de insetos não-alvo de interesse cultural ou conservacionista, assim como predadores e parasitóides (parasitas de parasitas) que atuam no controle biológico natural e organismos responsáveis pela ciclagem de nutrientes, podem ser diretamente afetados pela ação da toxina Bt. O parecer cita ainda pesquisas que demonstram que o milho Bt apresenta um maior conteúdo de lignina, o que tem sido associado a maior resistência à biodegradação.

Com a nova autorização, já são seis as variedades de milho transgênico liberadas no Brasil, além de uma de soja e três de algodão. Em todas as liberações, prevaleceu a defesa dos interesses econômicos das megaindústrias de biotecnologia e ficou de lado a preocupação com a saúde da população, o meio ambiente e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas. O que a CTNBio fez em 2008 foi operar a decisão expedida pela maioria dos ministros de Lula de liberar os transgênicos.

Fonte: Campanha Brasil Livre de Trangênicos.
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