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Segundo os MPs, Sebastião Custódio Pires teria desvirtuado as conclusões do Parecer Técnico nº 61 ao apresentar o relatório ao presidente do Ibama, asseverando que o novo eixo para o barramento não indicou novos impactos frente aos já identificados na cachoeira de Jirau. Entretanto, o parecer técnico deixa claro que não foi possível estabelecer uma base comparativa em relação a alguns aspectos ambientais, em virtude da ausência de dados.
Presidente negou-se a cumprir recomendação
“O documento conclui que a condicionante 2.2 não foi atendida no seu objetivo, que seria apresentar o melhor projeto e arranjo em termos do favorecimento dos fluxos físicos, químicos e biológicos”, argumentam, na ação, o procurador da República Heitor Soares e a promotora de Justiça Aidee Torquato.
No dia 19 de novembro, o Ministério Público recomendou, via ofício, a Roberto que, na condição de presidente do Ibama, se abstivesse de expedir a licença de instalação ao Consórcio Enersus, antes que o órgão ambiental estadual competente se manifestasse acerca do pedido formulado. Franco manifestou-se favorável à implementação do empreendimento, expedindo a licença de instalação da usina.
Para os representantes dos MPs, a licença de instalação expedida pelo presidente nacional do Ibama contraria a Constituição Federal, a Lei de Licitações (nº 8.666/93) e o devido processo ambiental, encerrando um dos maiores crimes ambientais impostos à sociedade.
Ainda de acordo com os autores, ainda que se cogite a validade da alteração do local para a instalação da hidrelétrica após a ocorrência de todo o trâmite licitatório, é certo que tal mudança implicaria nova licença prévia, fruto do processo legal ambiental, porque que somente ela tem o condão de permitir a instalação do empreendimento de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados.
Se condenados, Messias e Custódio podem perder a função pública e pagar multa civil fixada em cem vezes o valor da renumeração percebida.
Fonte: Agência Amazônia.