sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Carta CPT de Santarém sobre invasão de Grileiros Gleba Nova Olinda
A CPT, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém, Associações e comunidades do conjunto de Glebas Mamuru/Arapiuns (área em que se encontra a Gleba Nova Olinda), elaborou e encaminhou ao Governo do Estado uma proposta de destinação das Glebas, como forma de garantir aos moradores nativos suas terras. O Governo do Estado não aceitou a proposta e permitiu que grileiros, associados em cooperativas, permanecessem na Gleba para a exploração madeireira.
A exploração madeireira na Gleba chegou a um nível vergonhoso de irregularidades e desrespeito aos filhos nativos de toda região do Arapiuns. Indignados e cansados com o descaso do governo decidiram fazer uma manifestação em uma das comunidades do Rio Arapiuns, para chamar a atenção das autoridades para os crimes cometidos contra aquele povo.
A manifestação contou com populações indígenas, não indígenas, assentados do PAE Curuai e Resex Tapajós Arapiuns. Formaram então o “Movimento em Defesa da Vida e da Cultura do Arapiuns”. O movimento decidiu impedir a passagem de balsas carregadas com madeiras vindas da Gleba Nova Olinda e solicitou a presença de representantes do Governo do Estado e outras autoridades para tratar do assunto.
O governo do Estado nunca admitiu nenhuma irregularidade na retirada da madeira e tão pouco se propôs a encontrar uma saída a partir da pauta dos moradores do Arapiuns.
A mídia tratou a manifestação como vandalismo e outras acusações contra o “Movimento em Defesa da Vida e da Cultura do Arapiuns”. Para reforçar este discurso, os principais meios de comunicação da região têm usado alguns comentários de um assessor de um Deputado Federal da Região, que se intitula pesquisador sobre mudanças climáticas que, infundadamente, apresenta informações de que não existem indígenas na região do Arapiuns. O “pesquisador” ignora, ou desconhece a Constituição Federal Brasileira e a Convenção 169 da OIT assinada pelo governo Brasileiro em 2004, que tratam do assunto.
O assessor político, que tem feito este discurso, também tenta difamar padres da Igreja de serem responsáveis pelo processo de “inventar” a existência de índios na região. O ato desesperador é uma tentativa clara de intimidar o serviço da Igreja junto a estas populações e, mais, de propagar um discurso contra os direitos dos povos nativos da Amazônia, e ainda, de criminalizar a luta dos povos nativos, tudo em defesa da política nefasta do agronegócio defendida principalmente pelo Deputado Federal de quem o tal pesquisador é assessor.
A extração de madeira e a presença de grileiros com histórico na plantação de soja na Gleba Nova Olinda é uma ameaça à vida e cultura dos moradores do Rio Arapiuns. O Governo do Estado do Pará tem sido benevolente com a atuação desses grupos trazendo graves conseqüências ao povo local. “O Movimento em Defesa da Vida e Cultura do Arapiuns” é formado por mais de 40 comunidades e demonstra estar decidido a lutar pelos seus direitos, e a CPT apoiará qualquer luta em defesa da vida e cultura do povo.
Santarém, 18 de Novembro de 2009.CPT Santarém - Diocese de Santarém.
5 comentários:
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Como pode o protesto ser formado por 40 comunidades se na gleba nova olinda so existem 14 e destas 11 são contra o protesto?
Curioso o interesse pela gleba em? - 23 novembro, 2009
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como vcs conseguem colocar tanta mentira num lugar tão pequeno????? Como mentem!!!! só existem 14 comunidades na gleba!! E 11 são contra tudo isso que essas 3 tem feito!!!!
- 23 novembro, 2009
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"A manifestação contou com populações indígenas, não indígenas, assentados do PAE Curuai e Resex Tapajós Arapiuns. Formaram então o “Movimento em Defesa da Vida e da Cultura do Arapiuns”. é o que está escrito no texto. Sabe-se ler?
- 24 novembro, 2009
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EM RESPOSTA À TODOS OS QUE LIVRE E DEMOCRATICAMENTE OPINARAM SOBRE A EXPLORAÇÃO FLORESTAL DA GLEBA NOVA OLINDA
Em reunião realizada em 19/11, com a participação de todos os interesses envolvidos na Gleba, foi decidido que: os PROJETOS DE MANEJO que operam LEGALMENTE na Gleba, irão sofrer uma COMPLETA VISTORIA por parte do Ministério Público Estadual e Federal, IBAMA, SEMA, IDEFLOR, representante das 3 comunidades que QUEREM área indígena e, representante das 11 demais comunidades que SÃO CONTRA reserva indígena na Gleba.
Creio que, esta foi uma SÁBIA DECISÃO para por fim as ESPECULAÇÕES sobre ilegalidade. Quem estiver errado ou operando ilegalmente, que seja PUNIDO de conformidade com o ilícito e, no ESTRITO RIGOR DA LEI. Aos que estiverem operando DENTRO DA LEI e, cumprindo a legislação ambiental, que ressalte-se, é a mais restritiva do mundo, que lhes seja assegurado a continuidade das operações, com todas as garantias legais. Assim, vamos aguardar a ampla vistoria para que a VERDADE seja conhecida.
EM RESPOSTA A CARTA ABERTA DA CPT –DIOCESE DE SANTARÉM SOBRE CRIAÇÃO DE ÁREAS INDÍGENAS.
Aos que me conhecem sabem que, não sou de fazer acusações infundadas ou levianas contra terceiros e, desde já e publicamente, respondo CIVIL E CRIMINALMENTE pelas afirmações que FIZ e VOU FAZER a partir desse ponto.
REAFIRMO as acusações feitas ao FREI FLORÊNCIO sobre o processo de indução que realiza sobre os comunitários da Gleba Nova Olinda para que estes se AUTO-DECLAREM ÍNDIOS.
REAFIRMO que este processo de conversão é um projeto do GREENPEACE e, não limita-se apenas a Terra Indígena Maró na Gleba Nova Olinda, o Projeto desta ONG é criar 12 ÁREAS INDÍGENAS só no município de SANTARÉM, com as etnias BORARI, TUPAIU, ARAPIUN, TUPINAMBÁ, CARA-PRETA e MUNDURUKU.
Não pretendo neste reduzido espaço, tecer considerações antropológicas ou constitucionais sobre a existência dessas etnias em nosso município, algumas consideradas EXTINTAS por vários historiadores, inclusive por Jesuítas e Bispo da Igreja Católica.
Quero denunciar a forma e o processo através do qual, nossos comunitários estão sendo INDUZIDOS à se AUTO-DECLARAREM ÍNDIOS dessas etnias.
Os argumentos são os mais diversos. Vai desde maior quantidade de terra aos que aceitarem, promessa de apoio governamental e internacional, promessa de distribuição de CESTA BÁSICA aos que aceitarem serem índios, até ameaça de cortar a BOLSA FAMÍLIA dos que rejeitarem a conversão. Tais denúncias estão registradas em Boletins de Ocorrência na Polícia Civil. Logo, logo, tais falsários e chantagistas haverão de ser responsabilizados.
AFIRMO que as etnias Tupinambá, Cara-Preta e Munduruku NUNCA existiram no município de Santarém e, que a Câmara Municipal, deveria fazer uma Seção Especial para discutir a criação dessas 12 áreas indígenas em nosso município, como bem recomenda o Supremo Tribunal Federal.
AFIRMO que, a etnia TUPINAMBÁ habitava o nosso litoral a época do descobrimento, mais exatamente, na cidade de Ubatuba no Estado de São Paulo. Os Tupinambás eram antropófagos, canibais (comiam gente). As mulheres e crianças bebiam mingau feito com as tripas de suas vítimas. Os mais elevados da sociedade Tupinambá, usavam um lindíssimo manto. Hoje só existem 6(seis) desses mantos no mundo, todos expostos nos Museus da Europa.
PERMITA-ME PERGUNTAR: Com qual argumento ou justificativa, Ongs apoiadas por movimentos sociais de Santarém e, da Igreja Católica através da CPT, querem criar 2 (duas) Áreas Indígenas para abrigar índios da etnia TUPINAMBÁ em Santarém? - 24 novembro, 2009
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a operação arco de fogo foi realizada na gleba e nada foi constatado, nenhuma irregularidade.
Quem vai pagar as despesas da operação? as diárias d toda aquela gente, para se ter uma idéia do montante cada homem da força nacional recebera 175,00 por dia(eram 20 homens) e o restante do povo? quanto vai dar tudo isso?
Eagora quem paga? serei eu? que trabalho e portanto pago meus impostos, ou os denunciantes mentirosos e vagabundos que não trabalham e estão a serviço de ongs atras de outros interesses?
e a igreja porque continuam fazendo coisas errada do lado maléfico, padres vc não tem vergonha? - 23 dezembro, 2009