Por Edilberto Sena*
Até onde vai a desonesta imposição da ELETROBRÁS sobre a sociedade sem que surja uma reação explosiva? A subserviência do Ministério das Minas e Energia aos interesses das construtoras e das empresas mineradoras chega ao ponto de seus responsáveis declararem que o leilão para construir a usina de Belo Monte tem que ser feito no dia 21 de dezembro próximo. Para que essa decisão aconteça, eles devem declarar até o próximo sábado o edital do leilão, mesmo que até lá o Ibama não tenha liberado a licença prévia, como manda a lei constitucional.
Como a pressão dos interessados na construção da hidrelétrica de Belo Monte é grande e poderosa, o governo eleito democraticamente joga no lixo as leis e os argumentos dos estudiosos que garantem ser aquela usina de Belo Monte, um desastre social, ambiental e econômico.
Todos os truques e farsas são utilizados pelo governo para impor seu plano de construir a usina. Até os recentes apagões elétricos geram suspeita de que foram intencionais para levar a sociedade a querer novas hidrelétricas na Amazônia. Inclusive, há poucos dias a Eletronorte levou os vereadores de Itaituba com passagem e hospedagem grátis até Foz do Iguaçu, para eles verem a grande usina de Itaipu, porque a Eletronorte precisa o apoio dos políticos para construir outro desastre, que serão as cinco usinas na bacia do rio Tapajós.
Isto é, todos os meios são utilizados pelo Ministério das Minas e Energia para atender os interesses das empreiteiras e o grande negócio. Tudo pelo plano de aceleração do crescimento, o PAC.
Só resta aos povos da Amazônia, que compreendem os desastres, unirem forças e partir para o enfrentamento como propõem os índios Kaiapós, no Xingu e os Mundurucus, no Tapajós. Se o demônio se apossou do Ministro também é preciso a sociedade exorcizá-lo de um jeito ou de outro.
*Pároco diocesano e Coordenador da Rural AM de Santarém. Editorial de 18 de novembro de 2009.
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