Por Edilberto Sena*
O capitalismo mundial gerou o neo liberalismo, que gerou o IIRSA (Iniciativa de Integração Regional Sul-Americana), que gerou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que ajuda a destruir a Amazônia e seus povos. Tudo isso em nome do tal progresso econômico.
Diante dos altares desses deuses malditos, se curvam de joelhos, ministros, juizes, deputados, senadores e o próprio Presidente da República. Quando um funcionário público graduado se recusa, por dever ético, a queimar incenso no altar do PAC é considerado herege e logo, expulso das fileiras dos servidores devotos.
Foi o que aconteceu recentemente com toda a equipe do IBAMA, responsável pela liberação ou não, do licenciamento ambiental para o desastre anunciado da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. Como seu dever ético sabia que havia pontos incompletos, não liberaram a licença e foram exonerados.
Os deuses do capital exigem o sangue dos povos da Amazônia, já que o Olimpo neoliberal carece de riquezas que só aqui existem emabundância. Por isso, os dirigentes do PAC planejam rodovias, hidrelétricas, hidrovias, portos modernos, estimulam o agro negócio, entre outras grandiosas obras. Não importa se povos indígenas serão expulsos de seu habitat, se áreas de preservação serão violadas, se a floresta é desmatada, não importa se as populações tradicionais são prejudicadas. Todos esses, segundo o próprio presidente da República, são entraves ao crescimento do Brasil.
Depois, os deuses enviam sacerdotes e acólitos à grande romaria emCopenhagen, a grande assembléia de adoração ao capital, que está um pouco incomodado com a ameaça da natureza de se rebelar e exterminar os seres vivos, caso continuem sacrificando vidas no altar maldito. Os arautos do PAC estão lá anunciando ao mundo que estão preocupados com o aquecimento global, que estão protegendo a Amazônia e que os culpados do aquecimento global são os outros.
Por isso exigem mais milhões, ou melhor, bilhões de euros para “salvar” a Amazônia. Quanto às hidrelétricas e Belo Monte, Jarí, Tapajós elas serão construídas, ‘com todo o cuidado’, assim como Deus criou o paraíso. Para isso, vão utilizar o modelo plataformas da Petrobrás em alto mar. Vejam só, tecnologia de ponta para europeus e gringos apaudirem, ou melhor, para inglês ver. Não é impressionante essa gente adoradora dos deuses do capital? Amém, aleluia.
*Padre diocesano e Coordenador da Rádio Rural AM de Santarém. Editorial de Editorial de 11.12.2009
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