quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Conflitos Agrários no ENEM

O Exame Nacional do Ensino Médio ocorrido nos dias 05 e 06 de dezembro últimos trouxe duas questões ligadas a conflitos no meio rural. A prova de “Ciências Humanas e Suas Tecnologias” abordaram a distribuição espacial dos assassinatos em conflitos agrários pelo país e o papel da CPT nas denúncias de ocorrência de trabalho escravo. Confira as questões abaixo:


QUESTÃO: A luta pela terra no Brasil é marcada por diversos aspectos que chamam a atenção. Entre os aspectos positivos, destaca-se a perseverança dos movimentos do campesinato e, entre os aspectos negativos, a violência que manchou de sangue essa história. Os movimentos pela reforma agrária articularam-se por todo o território nacional, principalmente entre 1985 e 1996, e conseguiram de maneira expressiva a inserção desse tema nas discussões pelo acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a distribuição dos conflitos agrários em todas as regiões do Brasil nesse período, e o número de mortes ocorridas nessas lutas.


OLIVEIRA, A. U. A longa marcha do campesinato brasileiro: movimentos sociais, conflitos e reforma agrária. Revista Estudos Avançados. Vol. 15 n. 43, São Paulo, set./dez. 2001.

Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos pela posse de terra no Brasil, a região
(A) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a de maior violência.
(B) do Bico do Papagaio apresenta os números mais expressivos.
(C) conhecida como oeste baiano tem o maior número de mortes.
(D) do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura mecanizada, é a mais violenta do país.
(E) da Zona da Mata mineira teve o maior registro de mortes.



QUESTÂO: Entre 2004 e 2008, pelo menos 8 mil brasileiros foram libertados de fazendas onde trabalhavam como se fossem escravos. O governo criou uma lista em que ficaram expostos os nomes dos fazendeiros flagrados pela fiscalização. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, regiões que mais sofrem com a fraqueza do poder público, o bloqueio dos canais de financiamento agrícola para tais fazendeiros tem sido a principal arma de combate a esse problema, mas os governos ainda sofrem com a falta de informações, provocada pelas distâncias e pelo poder intimidador dos proprietários. Organizações não governamentais e grupos como a Pastoral da Terra têm agido corajosamente acionando as autoridades públicas e ministrando aulas sobre direitos sociais e trabalhistas.

“Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo”.
Disponível em: http://www.mte.gov.br. Acesso em: 17 mar. 2009 (adaptado)."

Nos lugares mencionados no texto, o papel dos grupos de defesa dos direitos humanos tem sido fundamental, porque eles

(A) negociam com os fazendeiros o reajuste dos honorários e a redução da carga horária de trabalho.
(B) defendem os direitos dos consumidores junto aos armazéns e mercados das fazendas e carvoarias.
(C) substituem as autoridades policiais e jurídicas na resolução dos conflitos entre patrões e empregados.
(D) encaminham denúncias ao Ministério Público e promovem ações de conscientização dos trabalhadores.
(E) fortalecem a administração pública ao ministrarem aulas aos seus servidores.


Gabarito: B e D, respectivamente

Comentários
3 Comentários

3 comentários:

Anônimo disse...

Uma questão de matemática,envolvendo o trabalho de camponeses,teve como proposta e solução o furto dos direitos trbalhistas. A resposta certa determina a ampliação da jornada de trabalho, para nove horas e pagamento muito abaixo do determinado pelas leis É o Ministério da Educação propondo o trabalho escravo.
Como esta resposta pode ser considerada certa ,numa prova que se propõe ser interdisciplinar e formadora da cidadania? É a educação servindo aos interesses criminosos do latifúndio.

Cândido Cunha disse...

Vc poderia me passar a questão ou a referência de onde encontrá-la que darei divulgação.

Anônimo disse...

Sim,é a questão 160 da prova rosa. Divulgue," Apagão na educação:erros e preconceitos no novo ENEM",a grande mídia não publicou uma linha.Na mesma prova, a alternativa C, dada como correta na 111, tá errada. Pois informa que as "terras sofreriam processo colonizador,futuro do pretérito, em pleno século XVII.A colonização iniciou com a chegada de Cabral,correto é "as terras" sofriam ...,numa prova de português é inadimissível esse erro. A letra C está certa.
Na prova do primeiro dia informam o início da Revolução Industrial no século XIX, foi após1760, século XVIII.
Na 126 e na 127, rosa, de linguagens,tem um cartaz que afirma: A mobilização social é a chave para o sucesso no cambate [sic]à dengue.Para combater a dengue ,precisamos combater a ignorância.Além da grafia errada de combater, estranha numa prova de linguagem,uma das duas respotas esta errada.Ou o emissor se dirgiu a públicos distintos,ou exclusvamente aos prefeitos. Se a primeira está certa, conforme o gabarito, a B da 127 também está.
As provas estão estruturalmente mal elaboradas, possuem muitos erros de conteúdos, e o pior é que o Ministério da Educação não reconhece seus equívocos. Mercantilizou a avaliação com ineptos, deveriam ter tido ajuda, de pelo menos um professor.Qualquer licenciado não erraria tanto. Até para fazer panfletos acríticos, cheios de propagandas oficiais, como foram as provas, é necessário um mínimo de qualidade. Esse "serviço" foi cobrado da população, que merece respeito e respostas do governo.
josefachel@bol.com.br