2) A campanha de 1 bilhão de árvores de Ana Júlia: desmoralizada diante dos recordes seguidos de desmatamento e de sucessivos escândalos na área ambiental, a governadora do Pará Ana Júlia Carepa (PT) lançou no início do ano a campanha para o plantio de 1 bilhão de árvores para “salvar a Amazônia”. Diante dos baixíssimos números de árvores plantadas, o governo passou a contabilizar florestas artificiais de eucalipto plantadas pelas siderúrgicas e que invariavelmente virarão carvão, boa parte delas em áreas de desmatamento ilegal;
3) A campanha de Dilma Roussef: o “tratamento estético” não conseguiu fazer muito efeito e a ministra e presidenciável não conseguiu decolar como favorita. Seu principal trunfo continua sendo Lula, a pouco menos de um ano das eleições;
4) As famílias “assentadas” de Lula/Cassel: 2009 não teve greve dos servidores do Incra, teve orçamento, teve metas, mas os números de famílias assentadas continua caindo. O desmonte da fábrica de números, o controle dos movimentos sociais e o mar de promessas não cumpridas de qualidade nos assentamentos e da correção dos índices de produtividade ficaram como a marca deste ano na política de não-Reforma Agrária;
5) O FSM em Belém: O evento mostrou um certo esgotamento do lema “Outro mundo é possível” com atividades claramente pró-governo Lula (embora se tenha vetado outros governos não tão comportados como Chávez da Venezuela e Morales da Bolívia). Sobrou propaganda da governadora, militarização e toque de recolher nas favelas e faltou apoio logí
6) O Palmeiras com título na mão não ter ido nem para a Libertadores. O esporte em 2009 teve ainda grandes momentos como o título do São Raimundo de Santarém na quarta divisão; a trajetória do Fluminense, a descida do Fortaleza para a terceirona e a atuação de Rubens Barrichelo na Fórmula I (para delírio do meu amigo Samuel Rebechi). Cada vez mais mercantil e menos emocionante, esperemos ainda a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 para a festa dos desvios e dos superfaturamentos;
7) O pedido de Adin que a CONDSEF iria mover contra a MP 458: se fosse esperar pela camarilha petista que controla a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal a legalização da grilagem na Amazônia correria solta. Mesmo tendo sido aprovada em plenária o pedido de Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Medida Provisória 458/2009, até hoje não houve encaminhamento da decisão. Ainda bem que a Procuradoria da República e outras entidades não dormiram no ponto, ou melhor, não teem o rabo preso;
8) O concurso de remoção do INCRA: prometido em julho como mecanismo para moralizar e dar transparência nas transferências de servidores do INCRA, o mecanismo legal do concurso de remoção até hoje não saiu do campo das promessas. Chegou-se a proibir transferências de Superintendências do norte do país com a desculpa da regulamentação do concurso. Ficou na promessa assim como o repasse de valores para o plano de saúde que o servidor opte e a regulamentação de gratificações, ações administrativas até hoje não encaminhadas;
9) O deputado “transgênico” Aldo Rebelo: pode alguém se dizer comunista fazer discurso de nacionalista e na verdade ser um ruralista? Resposta: sim. Ele se chama Aldo Rebelo é do PCdoB de São Paulo e adora fazer cruzadas (ou seria expedições bandeirantes?) contra indígenas. Ícone político de arrozeiros e grileiros de Roraima, Rebelo fez discursos e textos contra a demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e foi premiado posteriormente com a presidência da comissão que pretende reformular o Código Florestal. Numa sessão onde atacou ONGs, disse que Lula não deveria ir para Estocolmo na Conferência sobre o clima que aconteceria dias depois em Copenhague;
10) A “Operação Satiagraha”: mostrando mais uma vez que só pobre e desavisados vão para cadeia neste país, o ano termina com o completo desmonte da operação e do processo criminal. Daniel Dantas continua aprontando, agora grilando terras no Pará, assim como Gilmar Mendes no Mato Grosso. Já o juiz Fausto de Sanctis e o delegado Protógenes Queiroz sabem na pele o ditado que diz que o justo paga pelo pecador e que a “resistência pacífica e silenciosa” é bonita na Índia, mas no Brasil de conluio PT-fundos de pensão e PSDB-privatização, a história é outra.