quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Moradores de comunidades de Juruti Velho desbloqueiam estrada vicinal

Por Lázaro Araújo

Os 200 moradores das comunidades de Juruti Velho, na região do Baixo Amazonas, distante cerca de mil quilômetros de Belém, decidiram desbloquear, na tarde desta terça-feira, 3, a estrada vicinal que liga a cidade de Juruti ao canteiro da mina de bauxita da empresa Alcoa, instalada no município há três anos.

As lideranças do movimento acataram solicitação dos secretários de Estado, membros do Ministério Público e representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que estão na região. As autoridades foram participar da reunião entre diretores da multinacional e os líderes do movimento. A reunião está marcada para esta quarta-feira, 4, na Vila Muirapinima.

De acordo com a irmã Fátima Paiva, 65 representantes das 40 comunidades de Juruti Velho lideram a mobilização. O movimento reivindica o cumprimento de um Termo de Compromisso que existe há três anos. Os líderes do movimento querem a garantia da preservação do lago Juruti Velho, que será utilizado para lavar a bauxita extraída do município.

De acordo com as lideranças, a água do lago é 90% potável. A população reclama do desmatamento contínuo de castanheiras, palmeiras, árvores centenárias e nobres e do extermínio de animais, e desperdício de outros recursos florestais utilizados para sobrevivência.
A localidade de Juruti Velho tem cerca de 109 mil hectares e fica distante cerca de 45 km da cidade de Juruti. Juruti é um antigo município, com 125 anos e cerca de 34 mil habitantes, segundo dados de 2007 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 60% residem nas 150 comunidades rurais que predominam na região.
Tradicionalmente, sua economia está baseada no cultivo da mandioca, pesca e pecuária, e extrativismo vegetal.

Com uma reserva de cerca de 700 milhões de toneladas métricas, Juruti possui um dos maiores depósitos de bauxita de alta qualidade do mundo, necessários para atender à crescente demanda mundial. A produção inicial da Mina de Juruti da Alcoa atingirá 2,6 milhões de toneladas métricas por ano, com a conclusão da fase de construção prevista para 2009.

Os secretários de Estado de Integração Regional, André Farias, de Meio Ambiente, Valmir Ortega, o presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), José Benatti, dois representantes do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), representantes do Ministério Público e o superintendente regional do Incra do Oeste do Estado participarão da reunião desta quarta-feira, 4.
Fonte: Diário do Pará; Fotografia: O Globo
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