O último índio sobrevivente de uma etnia indígena, dizimada na década de 1970 por produtores rurais, pode ter sido alvo de um grupo armado em Rondônia a mando de fazendeiros da região, que não aceitam a restrição do uso da terra indígena Tanaru, próxima a Corumbiara (RO). É o que afirma a Fundação Nacional do Índio (Funai), que acionou a Polícia Federal (PF) após encontrar, no último dia 14, um posto de apoio do órgão destruído e com dois cartuchos de espingarda abandonados.
Vestígios observados no local indicam que o índio isolado sobreviveu. Desde 1998, a área, de 8.070 hectares, é "exclusiva" desse índio. A restrição é autorizada por portarias publicadas a cada dois ou três anos pela Funai -- a última é de 27 de outubro. Apesar disso, seis fazendeiros criam gado na área. Parte de suas fazendas está na terra indígena, onde não podem atuar ou circular. No posto atacado, foram danificados paredes, placa solar e cabo de uma antena. "Eles deixaram claro que vão atirar no índio se o encontrarem", disse Altair José Algayer, coordenador da Frente de Proteção Etno-ambiental do rio Guaporé, que monitora o índio.
O "Índio do Buraco", como o indígena é chamado, foi encontrado pela Funai em 1997. O nome se deve aos buracos, com um metro de comprimento e três metros de profundidade, que sempre são encontrados no interior das casas feitas de terra e palha. A Funai calcula que o índio tenha entre 45 e 50 anos e que seja o único sobrevivente de um povo exterminado por fazendeiros a partir dos anos 70. O órgão acredita que o índio "escapou" de um massacre ocorrido em 1995 na região, relatado por outros povos.
Fonte: CPT
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