Grupo
ligado à Globo utiliza depredação como pretexto para dar salto na escalada de
criminalização do movimento de greve
George
Bezerra e Paula Farias*
Ao final da manhã desse dia 29 de maio, a entrada
da sede do Grupo Verdes Mares de Comunicação, retransmissora da rede Globo na
região, sofreu um ato de depredação. No momento do ocorrido, havia duas
manifestações de categorias distintas. Uma passeata dos operários da construção
civil, que se encontravam há 22 dias em greve e um ato dos trabalhadores
gráficos, inclusive alguns funcionários do jornal Diário do Nordeste, os quais
também estão em greve.
Não tardou para que o conjunto da imprensa, em especial, o grupo Verdes Mares, atacar as duas categorias e suas respectivas direções sindicais, culpando-as pelo pelos acontecimentos que se sucederam nesse dia 29.
Esclarecemos que em nenhum momento o comando de greve da construção civil e a diretoria do sindicato orientam atos de violência contra a imprensa e seus funcionários. Antes de mais nada, as organizações envolvidas na greve defendem, intransigentemente, as liberdades democráticas e de imprensa, mesmo que muitas vezes a defesa da liberdade da imprensa seja utilizada como desculpa para mentir, desmoralizar, criminalizar os que lutam e criar inverdades.
O que aconteceu?
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro o que se passou. Os operários e operárias da construção civil estavam se dirigindo à Assembleia Legislativa do Estado do Ceará para mais uma rodada de negociações entre o sindicato patronal e representantes da categoria, intermediada por parlamentares e pela Justiça do Trabalho. O objetivo é fechar um acordo que busque encerrar essa que é a segunda greve mais longa da história da categoria.
No decorrer do trajeto, estava marcado um ato de solidariedade com os trabalhadores gráficos que permaneciam na Praça da Imprensa. No encontro entre as duas categorias, na Praça da Imprensa, um dos seguranças do grupo Verdes Mares provocou um grupo de trabalhadores e agrediu um diretor do Sindicato da Construção Civil, empurrando-o. O tumulto começou por uma ação irresponsável de um dos seguranças da empresa, que obrigou parte da categoria a defender seu dirigente sindical.
É necessário que se esclareça estes fatos porque, mais uma vez, o grupo Verdes Mares atua no sentido de desmoralizar as greves em curso, os trabalhadores e dirigentes sindicais. Durante a greve da construção civil age, conscientemente, no sentido de mostrar os operários como vândalos , bandidos e os dirigentes sindicais como irresponsáveis. Até o presente momento, esta empresa trata a greve como um caso de polícia e não como um problema social que envolve a superexploração pelo qual passa essa categoria.
As matérias, até agora veiculadas pelo sistema Verdes Mares de Comunicação estão a serviço de criar fatos que ajudem o sindicato patronal na sua tese de que estamos diante de uma greve abusiva e ilegal. Fala-se de vandalismo, transtorno para a população, engarrafamentos, desvio de rotas dos ônibus, etc. Não há nenhum espaço em suas páginas para que a opinião dos trabalhadores tenha o mesmo espaço da opinião dos empresários. Em nenhum momento o jornal faz menção aos 28 vitimados fatalmente nas obras da construção civil de Fortaleza e Região Metropolitana, não fala do desrespeito de jornada de trabalho de 44 horas que ocorre, indiscriminadamente, nos canteiros de obras, da qualidade da comida servida nos canteiros, da ausência de áreas de vivência nos locais de trabalho, da falta das condições de higiene dos alojamentos e finalmente do salário pago aos que fazem parte da categoria e da cesta básica, se é que assim podemos chamá-la, de R$ 35,00 que é paga aos trabalhadores.
Em defesa da liberdade de imprensa: ouvir a versão dos trabalhadores
Enquanto estouram declarações de apoio ao grupo Verdes Mares por parte da imprensa em geral, do governador Cid Gomes (PSB), de entidades como a OAB, os trabalhadores contam apenas com suas próprias forças e com a solidariedade das demais categorias.
Esperamos que Cid Gomes e os grupos de comunicação ouçam a versão dos trabalhadores e revejam suas declarações. Em especial convidamos a OAB para se fazer presente na greve, assim como fez na greve dos professores do estado do Ceará, na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Não tardou para que o conjunto da imprensa, em especial, o grupo Verdes Mares, atacar as duas categorias e suas respectivas direções sindicais, culpando-as pelo pelos acontecimentos que se sucederam nesse dia 29.
Esclarecemos que em nenhum momento o comando de greve da construção civil e a diretoria do sindicato orientam atos de violência contra a imprensa e seus funcionários. Antes de mais nada, as organizações envolvidas na greve defendem, intransigentemente, as liberdades democráticas e de imprensa, mesmo que muitas vezes a defesa da liberdade da imprensa seja utilizada como desculpa para mentir, desmoralizar, criminalizar os que lutam e criar inverdades.
O que aconteceu?
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro o que se passou. Os operários e operárias da construção civil estavam se dirigindo à Assembleia Legislativa do Estado do Ceará para mais uma rodada de negociações entre o sindicato patronal e representantes da categoria, intermediada por parlamentares e pela Justiça do Trabalho. O objetivo é fechar um acordo que busque encerrar essa que é a segunda greve mais longa da história da categoria.
No decorrer do trajeto, estava marcado um ato de solidariedade com os trabalhadores gráficos que permaneciam na Praça da Imprensa. No encontro entre as duas categorias, na Praça da Imprensa, um dos seguranças do grupo Verdes Mares provocou um grupo de trabalhadores e agrediu um diretor do Sindicato da Construção Civil, empurrando-o. O tumulto começou por uma ação irresponsável de um dos seguranças da empresa, que obrigou parte da categoria a defender seu dirigente sindical.
É necessário que se esclareça estes fatos porque, mais uma vez, o grupo Verdes Mares atua no sentido de desmoralizar as greves em curso, os trabalhadores e dirigentes sindicais. Durante a greve da construção civil age, conscientemente, no sentido de mostrar os operários como vândalos , bandidos e os dirigentes sindicais como irresponsáveis. Até o presente momento, esta empresa trata a greve como um caso de polícia e não como um problema social que envolve a superexploração pelo qual passa essa categoria.
As matérias, até agora veiculadas pelo sistema Verdes Mares de Comunicação estão a serviço de criar fatos que ajudem o sindicato patronal na sua tese de que estamos diante de uma greve abusiva e ilegal. Fala-se de vandalismo, transtorno para a população, engarrafamentos, desvio de rotas dos ônibus, etc. Não há nenhum espaço em suas páginas para que a opinião dos trabalhadores tenha o mesmo espaço da opinião dos empresários. Em nenhum momento o jornal faz menção aos 28 vitimados fatalmente nas obras da construção civil de Fortaleza e Região Metropolitana, não fala do desrespeito de jornada de trabalho de 44 horas que ocorre, indiscriminadamente, nos canteiros de obras, da qualidade da comida servida nos canteiros, da ausência de áreas de vivência nos locais de trabalho, da falta das condições de higiene dos alojamentos e finalmente do salário pago aos que fazem parte da categoria e da cesta básica, se é que assim podemos chamá-la, de R$ 35,00 que é paga aos trabalhadores.
Em defesa da liberdade de imprensa: ouvir a versão dos trabalhadores
Enquanto estouram declarações de apoio ao grupo Verdes Mares por parte da imprensa em geral, do governador Cid Gomes (PSB), de entidades como a OAB, os trabalhadores contam apenas com suas próprias forças e com a solidariedade das demais categorias.
Esperamos que Cid Gomes e os grupos de comunicação ouçam a versão dos trabalhadores e revejam suas declarações. Em especial convidamos a OAB para se fazer presente na greve, assim como fez na greve dos professores do estado do Ceará, na defesa dos direitos dos trabalhadores.