A Polícia Federal e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) deflagraram
na quarta-feira (23 de maio) uma operação contra um suposto esquema de
corrupção envolvendo madeireiros e servidores públicos que autorizavam
desmatamento de florestas nativas da Amazônia em Roraima.
Entre 2011 e 2012, o Estado teve um aumento de 363% no desmatamento --que, na avaliação da polícia, foi causado pelo suposto esquema.
A determinação judicial determinava que fossem cumpridos 44 mandados de prisão e indiciamento de 115 pessoas. De acordo com a assessoria da PF, os mandado de prisão estão sendo cumpridos em Boa Vista, capital de Roraima.
A PF aponta o envolvimento de servidores do Ibama de Roraima (incluindo o chefe de fiscalização), do Incra/RR (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), do Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) e do Iteraima (Instituto de Terras e Colonização de Roraima), além de madeireiros e empresários de consultoria ambiental.
Segundo a polícia, a suposta quadrilha foi responsável pela
grilagem de 146 mil hectares, autorização para desmatamento de 21 mil hectares
e autorização para extração de 1,4 milhões de metros cúbicos de madeira
(suficientes para o carregamento de 56 mil caminhões).
A operação foi batizada de Salmo 96:12 ("Regozijem-se os campos e tudo o
que neles há. Cantem de alegria todas as árvores da floresta"). Os
envolvidos no suposto esquema serão indiciados, na medida de suas
participações, pelos crimes de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha,
prevaricação, coação no curso do processo, violação de sigilo profissional,
extração ilegal de madeira e usurpação de bens da União.
A investigação surgiu no próprio Ibama em 2010, ao receber
denúncias sobre um servidor que cancelava autos de infração irregularmente para
beneficiar madeireiros.
*Com informações da Agência Folha.