Indígenas
Arapiuns, da Terra Indígena (T.I.) Maró (PA), estão em Brasília para saber, na
Fundação Nacional do Índio (Funai), o motivo da contestação por parte do
governo do estado do Pará contra a demarcação de sua TI. Os Arapiuns e os
Borari lutam há mais de 15 anos pela demarcação e homologação de suas terras,
desde quando perceberam que madeireiros, mineradoras e agropecuaristas estavam
começando a invadi-las. Em 2010, após muita resistência, a Funai demarcou a
área. O prazo de contestação terminou em janeiro de 2011 e no último dia para
contestação, o próprio governo do Pará interveio, impedindo o andamento do
processo de homologação. Segundo as lideranças indígenas Ednael Cardoso e o
Cacique José Danilo, no Pará eles não conseguem ter acesso à motivação da
contestação e vieram buscar respostas.
Eles
lembram que seu povo sempre viveu naquela área, quando o estado resolveu fazer uma espécie de
permuta com os madeireiros que estavam na região dos índios Kaiapó, doando
áreas dos Borari e Arapiuns. “Foram cerca de dez madeireiros que invadiram
nossa terra. O governo se apossou dela, como se fosse dele e ignorou a presença
de milhares de indígenas lá”, ressaltou Ednael.
Os
indígenas explicam que existem aproximadamente 50 projetos de manejo florestal
na região, sendo que sete estão no território indígena e os afetam diretamente.
“O problema é que não há fiscalização desses manejos e a gente sabe que existe
muita retirada de madeira ilegal”, disse Ednael, lembrando que até 2010, a cada
semana, cerca de 40 balsas de madeira ilegal saíam dessa área. “Quando
percebemos o que estava acontecendo, fizemos uma manifestação com mais de 3 mil
pessoas, entre indígenas e não indígenas, para impedir a retirada de madeira da
forma como estava acontecendo”, lembrou.
Para
os indígenas, a pressão está aumentando porque eles sabem que a região tem alta
concentração do minério bauxita, a terra é boa para o plantio de soja. Assim, o
interesse é oprimir a população local para que saiam e deixem os grandes
projetos entrarem. “Nosso povo vive da pesca, da caça e do plantio de roça.
Precisamos da floresta para sobreviver, precisamos da homologação”, observou o
cacique. Os representantes da TI Maró, após a vinda a Brasília e sabendo dos
motivos da contestação, devem seguir para Belém, para contatar o Ministério
Público Federal e outras entidades, a fim de fazer a defesa de suas áreas e
continuar o processo de homologação.
Para
maiores informações:
Ednael
Cardoso: movimentoarapiuns@gmail.com
ou edinaelanjos@hotmail.com
Tel:
(93)91587789
Fonte: GTA
Fonte: GTA
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