terça-feira, 29 de maio de 2012

Curso que ensina como evitar “invasões do MST” poderia ter Lula e Dilma como professores


Recebi em minha caixa de correio eletrônico a curiosa propaganda de um “Curso de Direito Agrário” à distância ofertado pelo Instituto AgroJuris (www.institutoagrojuris.net.br). Além de toda a propaganda referente ao valor, material disponível e metodologia, me chamou atenção no texto que transcrevo logo abaixo o trecho destacado por mim em negrito:

A PROPOSTA DO CURSO:
A proposta do curso é que com a conclusão do mesmo, o aluno possa ter um conhecimento aprofundado sobre o direito agrário e juntamente com a matéria, o aluno conseguirá relacionar o conteúdo das aulas com as leis aplicáveis ao direito agrário.
Ademais, auxilia o produtor rural a entender como deverá manter sua propriedade para evitar desapropriações para fins de reforma agrária e invasões do MST. (…)

Achei curioso que alguém ou um grupo se proponha a dar um curso com este viés no momento em que as ocupações de terra no país por movimentos sociais agrários, especialmente o MST, tenham caído a nível tão baixo, como atestam os últimos dados da Comissão Pastoral da Terra.

No final dos anos noventa e início do século XXI, no auge das ocupações, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) chegou a editar uma cartilha orientando os seus ruralistas a proceder para  preventivamente deixar a sua propriedade dentro dos níveis de utilização e produtividade capazes de ser tornarem insusceptíveis de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária e como agir no caso de ocupações ou “invasões” (na palavra, deles) de terras.

A queda nas ocupações de terra, principalmente após o segundo mandato do governo Lula e agora no governo Dilma, aliado a um discurso do MST de que o inimigo agora não é mais o latifúndio ou governo sim o modelo agrícola, parece demonstrar que o curso perdeu qualquer razão prática de ser.
Comentários
0 Comentários

0 comentários: