O mais novo anúncio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de crescimento do desmatamento na Amazônia (referente ao mês de agosto) trouxe algumas novidades. Segundo dados da imprensa, pelo terceiro mês seguido o Pará liderou o ranking dos estados que mais desmatam. O crescimento em toda a região teria sido entorno de 133% se comparado com o mês de julho e de 228% se comparado com o mês de agosto de 2007, totalizando 756 quilômetros quadrados de floresta derrubada.
Mas, o que causou surpresa mesmo durante o anúncio foi a seguinte declaração do Ministro do Meio Ambiente, o “simpático” Carlos Minc: "Nenhum prefeito quer ser antipático, nenhum governador quer ser antipático. A turma do Ibama vai para frente, mas tem que ter uma polícia militar na cobertura, porque nesses locais está todo mundo com o dedo no gatilho", afirmou o ministro a jornalistas, no Rio de Janeiro, após a divulgação do Inpe.
Mas, o que causou surpresa mesmo durante o anúncio foi a seguinte declaração do Ministro do Meio Ambiente, o “simpático” Carlos Minc: "Nenhum prefeito quer ser antipático, nenhum governador quer ser antipático. A turma do Ibama vai para frente, mas tem que ter uma polícia militar na cobertura, porque nesses locais está todo mundo com o dedo no gatilho", afirmou o ministro a jornalistas, no Rio de Janeiro, após a divulgação do Inpe.
Segundo Minc, em época de eleição os políticos afrouxam a fiscalização para não perderem votos, e há um relaxamento no combate ao desmatamento. A frase foi dita na tentativa de justificar a criação de uma guarda específica para o meio ambiente, proposta essa que Minc vem tentando implementar, ao que parece, aos ventos.
Mas, tudo indica que a cutucada de Minc teve endereço certo: Palácio dos Despachos, Rod. Augusto Montenegro, km 9 – Tenoné, Belém-PA, mas especificamente à “simpática” governadora Ana Júlia Carepa. Recentemente, a governadora andou dando umas alfinetadas no ministro, especialmente após “visitas” do mesmo à Flona Jamaxim, no eixo da BR-163 e na retirada e no leilão de bois na Estação Ecológico Terra do Meio, em Altamira, pelo Ibama. Ana Júlia considerou tudo como ações espetaculosas e em recente evento de lançamento da siderúrgica da Vale, foi aplaudida pelo empresariado ao criticar publicamente o ministro de Lula.
A entrada de Carlos Minc no MMA teria azedado o canal que o governo do Pará tinha neste ministério. Ao final de 2007, esse canal privilegiado com a “simpática” Marina Silva permitiu, por exemplo, que maior parte do ônus do desmatamento de 2007 recaísse sobre o estado do Mato Grosso, berço do agronegócio da soja e do “antipático” governador Blairo Maggi. Para isso, um certo malabarismo foi feito, divulgando os números do desmatamento histórico e não o desmatamento recente. Ou seja, embora o Mato Grosso tenha desmatado significativamente no ano de 2007 contabilizou-se o desmatamento acumulado e de certa forma “inflacionou” os números deste estado.
A divulgação dos números neste ano vem colocando o Pará no topo do ranking do desmatamento. A produção de ferro gusa por empresas ligadas direta e indiretamente à Vale é apontada como um dos fatores para o aumento na região Sudeste do estado. Já na região Oeste, a extração ilegal de madeira e a expectativa de “regularização fundiária” na região de Novo Progresso podem ser vetores do aumento do desmatamento nestas regiões.
Minc tentou livrar a barra do Incra, órgão que em Santarém se apresentava como “uma potência de assentamentos” e que está com mais de cem assentamentos interditados por falta de licenciamento ambiental. Numa suposta lista de 100 desmatadores, 8 áreas seriam de projetos de reforma agrária.
A mistura explosiva dos aliados petistas no Pará, madeireiras e mineradoras parece ser o combustível perfeito para a derrubada e queima da floresta amazônica. Para isso, não há “simpatia” que dê jeito!
Com informações do G1, Folha Online e Reuters.