Indígenas de toda a bacia do Xingu reclamam da falta das consultas nas aldeias, determinadas pela Constituição. MPF já recomendou ao Ibama que atenda a reivindicação dos índios
O Ministério Público Federal enviou recomendação ao Ibama para que realize consultas aos indígenas sobre a hidrelétrica de Belo Monte, em respeito à Constituição brasileira e a tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. A recomendação ainda não teve resposta da direção do Instituto. A indefinição sobre as consultas indígenas preocupa procuradores da República que acompanham o licenciamento de Belo Monte, como o procurador Rodrigo Timóteo Costa e Silva, que atua em Altamira.
- Além da pressa, a falta de diálogo e esclarecimento têm marcado esse licenciamento. Recebemos queixas tanto de índios, como de outras populações diretamente afetadas e esse é um dos principais focos de tensão. Enquanto o Ibama não apresenta uma resposta, uma das poucas referências claras ao assunto surgiu no parecer da Funai que recentemente declarou a hidrelétrica viável e considerou não serem necessárias as consultas. Causou revolta entre os índios.
- Repudiamos o parecer técnico da Fundação Nacional do Índio, diz a carta divulgada ontem, assinada por 212 lideranças de 14 povos indígenas da bacia do Xingu que serão afetados direta e indiretamente pela hidrelétrica. Na carta, eles chegam a falar em “ações guerreiras” se as obras iniciarem: - A vida dos operários e indígenas estará em risco e o governo brasileiro será responsabilizado.
Para o MPF, se a Constituição manda e as lideranças dos povos que vivem às margens do Xingu exigem as consultas, é necessário que o órgão licenciador aja para evitar conflitos na região.
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