segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Direções do Andes e ProIfes assinam acordo com governo e podem ter que enfrentar revoltas nas bases


Depois do  anúncio do governo de que não atenderia sequer as promessas firmadas em reunião como os professores das universidades federais na semana passada, o governo chamou a direção do Andes-SN e ProIfes para reapresentar a proposta do governo à categoria na sexta-feira, 26 de agosto.

Os dois sindicatos assinaram um acordo junto ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para reestruturação das carreiras de ensino básico, técnico, tecnológico e superior a ser discutido posteriormente com o governo em Mesa de Negociação, mas que no primeiro momento envolve a incorporação de gratificações e acréscimo de 4% no vencimento básico em março de 2012, caracterizando assim aumento zero em 2011.



No sítio do Andes, a assinatura é apresentada como uma grande vitória do movimento docente: Mesmo reconhecendo que o acordo proposto não recupera a corrosão dos salários, os docentes decidiram pela assinatura do acordo emergencial com o governo, garantindo assim conquistas de reivindicações históricas da categoria.” (Veja em Acordo garante reivindicações históricas e possibita reestruturação da carreira). O SINASEFE (que tem em sua base o Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológica) e a FASUBRA (técnicos e administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior) não participaram da reunião e não assinaram o acordo. 


Críticas
A notícia da assinatura do acordo pela direção do Andes caiu como uma bomba em várias universidades que estão em mobilização e que são base da entidade. Na própria página do sindicato, a maioria dos comentários na matéria relativa ao assunto é de conteúdo crítico ao acordo e a forma como o mesmo foi encaminhado.

Há quem duvide que a maioria das Associações Docentes tenha aceitado assinar o documento do acordo e critica-se a não divulgação do resultado das assembleias que antecederam a decisão. Diz-se ainda que havia um indicativo nacional de greve que teria sido desrespeitado.

Os críticos mais pesados acusam a direção do Andes de governismo e de romper a tradição democrática da entidade de ouvir as bases antes da tomada de qualquer decisão. Fala-se inclusive em criar mais uma entidade (por fora do Andes e do ProIfes) e até um blog chamado  “Greve pela Base” foi criado. 

Por outro lado, o prazo dado pelo governo era até 31 de agosto, quando, em tese, se fecharia o Projeto de Lei Orçamentária para 2012. Conduto, muitos professores argumentam que a Fasubra  e o Sinasefe não se pautaram por este prazo do governo e seguem com greves fortes.

Aliás, em várias IFES, a greve dos docentes já havia começado, inclusive com algumas com caráter radicalizado, como na Universidade Federal do Paraná, onde a paralisação atinge os três setores.

Nesta semana, houve uma onda de ocupações de reitorias por parte dos estudantes na UFPR, UFSC, UFMT, UFES, UFF e ainda o Instituto Federal da Bahia e a Universidade Estadual de Maringá. Também nesta semana, a Anel fez um grande ato em frente ao MEC como parte da Jornada Nacional de Lutas.

Na base do SINASEFE, a greve já chega a 210 campi e já é a maior da história da categoria. 
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