Depois do anúncio do governo de que não atenderia sequer as promessas firmadas em reunião como os professores das universidades federais na semana passada, o governo chamou a direção do Andes-SN e ProIfes para reapresentar a proposta do governo à categoria na sexta-feira, 26 de agosto.
Os dois sindicatos assinaram um acordo junto ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para reestruturação das carreiras de ensino básico, técnico, tecnológico e superior a ser discutido posteriormente com o governo em Mesa de Negociação, mas que no primeiro momento envolve a incorporação de gratificações e acréscimo de 4% no vencimento básico em março de 2012, caracterizando assim aumento zero em 2011.
No sítio do Andes, a assinatura é apresentada como uma grande vitória do movimento docente: “Mesmo reconhecendo que o acordo proposto não recupera a corrosão dos salários, os docentes decidiram pela assinatura do acordo emergencial com o governo, garantindo assim conquistas de reivindicações históricas da categoria.” (Veja em Acordo garante reivindicações históricas e possibita reestruturação da carreira). O SINASEFE (que tem em sua base o Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológica) e a FASUBRA (técnicos e administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior) não participaram da reunião e não assinaram o acordo.
No sítio do ProIfes o assunto é tratado na matéria PROIFES e ANDES assinam com MPOG Termo de Acordo para docentes das carreiras do Magistério Superior e EBTT
Críticas
A notícia da assinatura do acordo pela direção do Andes caiu como uma bomba em várias universidades que estão em mobilização e que são base da entidade. Na própria página do sindicato, a maioria dos comentários na matéria relativa ao assunto é de conteúdo crítico ao acordo e a forma como o mesmo foi encaminhado.
Há quem duvide que a maioria das Associações Docentes tenha aceitado assinar o documento do acordo e critica-se a não divulgação do resultado das assembleias que antecederam a decisão. Diz-se ainda que havia um indicativo nacional de greve que teria sido desrespeitado.
Os críticos mais pesados acusam a direção do Andes de governismo e de romper a tradição democrática da entidade de ouvir as bases antes da tomada de qualquer decisão. Fala-se inclusive em criar mais uma entidade (por fora do Andes e do ProIfes) e até um blog chamado “Greve pela Base” foi criado.
Por outro lado, o prazo dado pelo governo era até 31 de agosto, quando, em tese, se fecharia o Projeto de Lei Orçamentária para 2012. Conduto, muitos professores argumentam que a Fasubra e o Sinasefe não se pautaram por este prazo do governo e seguem com greves fortes.
Aliás, em várias IFES, a greve dos docentes já havia começado, inclusive com algumas com caráter radicalizado, como na Universidade Federal do Paraná, onde a paralisação atinge os três setores.
Nesta semana, houve uma onda de ocupações de reitorias por parte dos estudantes na UFPR, UFSC, UFMT, UFES, UFF e ainda o Instituto Federal da Bahia e a Universidade Estadual de Maringá. Também nesta semana, a Anel fez um grande ato em frente ao MEC como parte da Jornada Nacional de Lutas.
Na base do SINASEFE, a greve já chega a 210 campi e já é a maior da história da categoria.