Chegou a informação até o blog que moradores da beira do Igarapé Lages, no que deveria ser o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Itátá, em Altamira, estão sendo expulsos por madeireiros e grileiros.
As famílias instaladas nesta região foram removidas do interior da Terra Indígena Koatinemo, a partir de um acordo firmado por elas com o Incra e o Ministério Público Federal. Trata-se de famílias de castanheiros e pescadores, com modo de vida tradicional e hábitos muitos próximos aos assurinis, de quem são vizinhos e mantêm boas relações.
Há quem associe o fato com o anúncio da construção da hidrelétrica de Belo Monte, pois são grandes as expectativas pelo crescimento de venda de madeira na região para abastecer a obra. Para isto, grileiros tentam se apropriar das áreas, para tentar se legitimar neste processo.
A área ocupada pelas famílias e onde deveria ser o PDS é formada por terras públicas federais administradas pelo Incra, conhecida como Gleba Ituna. É uma área adquirida pela União judicialmente após um escandaloso caso de grilagem promovido anteriormente pelo Incra.
Este caso foi muito bem descrito e analisado pela professora Andréia Macedo Barreto no artigo “Apropriação ilícita de terras públicas na Amazônia: o caso da Gleba Ituna, no estado do Pará”.