terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ameaças de Miriam Belchior que deveriam abalar o país

Em evento promovido pela revista Carta Capital nesta segunda, 22, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, desqualificou os oponentes de Belo Monte como ignorantes. Miriam, que participou do seminário “Hidrelétricas: as necessidades do país e o respeito à sustentabilidade”, alegou que os que consideram os aspectos técnicos do empreendimento se convencerão da sustentabilidade do projeto.

A ministra, que tem mestrado em administração mas nenhuma especialização em hidrelétricas, nem em Amazônia, nem em meio ambiente, nem em populações tradicionais, do alto de seu desconhecimento, ingenuidade ou empáfia, desqualificou não apenas os 37 pesquisadores e acadêmicos que compõem o Painel de Especialistas – que redigiu um extenso, minucioso e técnico documento sobre a inviabilidade social e ambiental de Belo Monte -, como outras instituições de pesquisa e representação acadêmica que criticam a usina, à frente a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Miriam, que, segundo a imprensa, afirmou que  “Belo Monte para nós será o nosso grande parâmetro de inovar; não só de inovar na obra de infraestrutura, mas na forma de implantação desse novo investimento”, proferiu com isso uma tenebrosa ameaça contra a Nação: se Belo Monte é referência dos projetos governamentais, com suas 12 ações na justiça por ilegalidades, questionamentos de órgãos multilaterais e entidades internacionais de Direitos Humanos, recordes absolutos de desmatamentos na região, espancamentos e despejos de sem-teto expulsos de suas casas em Altamira, e violações de direitos indígenas, faz-se necessário um questionamento urgente, sob aspectos legais, éticos e dos direitos humanos, da concepção de Estado Democrático de Direito do governo.

Faz-se necessário também avaliar, em conjunto com a Comunidade Internacional, quais as credenciais do Brasil - que discute flexibilizar a legislação e perdoar criminosos ambientais nos debates sobre alterações do Código Florestal, que permite assassinatos e ameaças de morte a lideranças sociais que lutam pela proteção das matas, e que diminui Unidades de Conservação para construir grandes usinas -, de hospedar um evento internacional da envergadura da Rio + 20, um dos principais fóruns de discussão sobre meio ambiente das Nações Unidas, a se realizar em 2012.


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