Foi encerrado ontem em Manaus o “Grande Encontro dos Povos – Saberes, Povos e Vida Plena em Harmonia com a Floresta”, promovido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica) – a “Cumbre de los Bosques”.
O evento reuniu mais de 100 lideranças indígenas de 70 etnias. Segundo a Coica, os índios representam uma população de três milhões de indivíduos na Bacia Amazônica.
O evento reuniu mais de 100 lideranças indígenas de 70 etnias. Segundo a Coica, os índios representam uma população de três milhões de indivíduos na Bacia Amazônica.
O cacique Raoni está na campanha contra a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Ele critica a destruição da floresta e os impactos sobre comunidades indígenas provocados pela represa.
Os impactos dos investimentos do Brasil em infraestrutura ultrapassam as fronteiras. Índios guarani, que são da Bolívia, tentam audiência com o governo brasileiro. O BNDES financia uma estrada que passa no meio do território indígena.
O equatoriano Tito Puanchir, da etnia shuar, contou que os indígenas estão muito preocupados com a construção de megaprojetos nas terras brasileiras e nos países vizinhos. Entre os projetos estão hidrelétricas e empreendimentos para exploração de petróleo e minério.
“Todos estes megaprojetos estão sendo realizados nas florestas e a maioria delas nas terras indígenas e proximidades. Os governos dos países em desenvolvimento buscam apenas capitalizar em cima das riquezas da Amazônia e não estão preocupados como isto vai afetar os povos indígenas. Por isso que, neste encontro,vamos apresentar propostas e tirar estratégias para enfrentar essa situação”, disse.
A vice-presidente da Comissão dos Povos Indígenas da Bolívia, Neli Romero, afirma que a rodovia irá dividir o território e pode causar extermínio de plantas e animais. Além disso, atrairá colonos às áreas indígenas.
Alberto Pizango, destacada liderança indígena do Peru afirmou que a luta do movimento indígena tem sido criminalizado por conta de sua luta. “Regressei do exílio porque os grandes espíritos me disseram: seja valente, não se cale. Por isso, estou aqui. Sabemos que 75 por cento do nosso planeta já esta sofrendo as conseqüências das mudanças climáticas. A cada dia se sente mais, e não se toma consciência disso”, disse.
Os indígenas prepararam-se para dois encontros internacionais importantes. O primeiro acontecerá na África do Sul, onde governos do mundo todo discutirão ações para combater o aquecimento global. O segundo será a Conferência do Rio de Janeiro, em 2012, que marcará os 20 anos da Eco-92.
*Com informações da Kanindé, G1 e “A Crítica”.