sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Indígenas da pan-amazônia unem forças contra mega-projetos


Foi encerrado ontem em Manaus o Grande Encontro dos Povos – Saberes, Povos e Vida Plena em Harmonia com a Floresta”, promovido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica) – a “Cumbre de los Bosques”.

O evento reuniu mais de 100 lideranças indígenas de 70 etnias. 
Segundo a Coica, os índios representam uma população de três milhões de indivíduos na Bacia Amazônica.
O cacique Raoni está na campanha contra a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Ele critica a destruição da floresta e os impactos sobre comunidades indígenas provocados pela represa.

Os impactos dos investimentos do Brasil em infraestrutura ultrapassam as fronteiras. Índios guarani, que são da Bolívia, tentam audiência com o governo brasileiro. O BNDES financia uma estrada que passa no meio do território indígena.

O equatoriano Tito Puanchir, da etnia shuar, contou que os indígenas estão muito preocupados com a construção de megaprojetos nas terras brasileiras e nos países vizinhos.  Entre os projetos estão hidrelétricas e empreendimentos para exploração de petróleo e minério.

“Todos estes megaprojetos estão sendo realizados nas florestas e a maioria delas nas terras indígenas e proximidades.  Os governos dos países em desenvolvimento buscam apenas capitalizar em cima das riquezas da Amazônia e não estão preocupados como isto vai afetar os povos indígenas.  Por isso que, neste encontro,vamos apresentar propostas e tirar estratégias para enfrentar essa situação”, disse.

A vice-presidente da Comissão dos Povos Indígenas da Bolívia, Neli Romero, afirma que a rodovia irá dividir o território e pode causar extermínio de plantas e animais. Além disso, atrairá colonos às áreas indígenas.

Alberto Pizango, destacada liderança indígena do Peru afirmou que a luta do movimento indígena tem sido criminalizado por conta de sua luta. “Regressei do exílio porque os grandes espíritos me disseram: seja valente, não se cale. Por isso, estou aqui. Sabemos que 75 por cento do nosso planeta já esta sofrendo as conseqüências das mudanças climáticas. A cada dia se sente mais, e não se toma consciência disso”, disse.

Os indígenas prepararam-se para dois encontros internacionais importantes. O primeiro acontecerá na África do Sul, onde governos do mundo todo discutirão ações para combater o aquecimento global. O segundo será a Conferência do Rio de Janeiro, em 2012, que marcará os 20 anos da Eco-92.

*Com informações da Kanindé, G1 e “A Crítica”.
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