Um adolescente de 14 anos foi morto e centenas de pessoas ficaram feridas na repressão promovida pelo governo de Sebástian Piñera à greve geral de dois dias no Chile. Há noticias de mais de 1.400 detenções de manifestantes.
O “El paro” chileno começou relativamente tranqüilo, mas com forte adesão de trabalhadores em Santiago e nas principais cidades do país. As mobilizações saíam de várias partes e já se tornaram as maiores desde a queda da ditadura de Augusto Pinochet.
Na quinta feira (25 de agosto), o governo determinou a suspensão de atos de rua a partir das 14h, quando várias passeatas já tomavam conta das ruas.
Forças policiais usaram blindados, bombas de gás lacrimogênea e jatos d’água para dispersar as manifestações, que prosseguiram. A partir daí, os ‘carabineros’, polícia especial, passaram a usar tiros contra a população. A partir do enfrentamento, houve formação de barricadas em Santigo e Valparaíso. Os conflitos entraram pela noite e madrugada, com panelaços e conflitos abertos.
O estudante Manuel Gutiérrez Reinoso, de 14 anos, foi baleado no peito quando se encontrava em uma passarela no município de Macul, na região metropolitana de Santiago, quando conduzia sua irmã, que é cadeirante. O adolescente morreu enquanto recebia os primeiros socorros em um centro médico, e seus familiares e amigos garantiram aos jornalistas que o disparo foi feito por um grupo de ‘carabineros’ que enfrentavam manifestantes nas imediações.
Mario Parraguez Pinto, outro estudante, recebeu um tiro no olho e está em estado crítico.
*Com informações de agência de notícias.