Completam-se nesta semana dez anos do assassinato da liderança camponesa Ademir Federicci. Dema, como era conhecido, era sindicalista na região da Transamazônica. Atuava pelo Movimento pelo Desenvolvimento da Transamazônica e do Xingu (MDTX), que projetou figuras como os deputados José Geraldo e Airton Faleiro, ambos do PT, hoje aliados dos grandes projetos e a grupos políticos que Dema tanto combateu.
Era descente de imigrantes e ele mesmo migrante que veio para a região no período da abertura da Transamazônica e da criação do Projeto Integrado de Colonização de Altamira.
Ademir foi executado em sua casa em Medicilândia na madrugada de 25 de agosto de 2001, em frente à sua esposa e filhos que na época eram crianças. Denunciou diversos esquemas de fraudes na SUDAM na região bem como era linha de frente no combate à hidrelétrica de Belo Monte e ao roubo de madeira em projetos de assentamentos, terras indígenas e unidades de conservação.
Ajudou a criar em vários municípios da Transamazônica as casas familiares rurais, para tentar acabar com a evasão escolar no campo e possibilitar uma educação mais voltada para a realidade dos camponeses. Era uma liderança sindical combativa.
Até hoje os assassinos e mandantes do crime não foram identificados e julgados. A polícia oficialmente aceitou a versão de um roubo seguido de morte.
Relembre o caso: