terça-feira, 16 de agosto de 2011

Equador: novos setores do movimento popular passam à oposição de esquerda contra Correa

Confira abaixo o Manifesto do Encontro de Movimentos Sociais do Equador pela Democracia e a Vida*
Quito, 9 de agosto de 2011

Ao cabo de 5 anos, ficou claro que o governo de Correa traiu o projeto político pelo qual o povo equatoriano votou. O projeto correísta representa um modelo autoritário e corrupto de modernização capitalista.

Para legitimar uma suposta imagem de esquerda, o governo utiliza um discurso de aparência radical, mas trata-se de um duplo discurso. O Estado Plurinacional ficou-se nos papéis e a proposta foi esvaziada de conteúdo. A economia social e solidária reduz-se a uma subsecretaria com uma visão marginal e recursos limitados sem avançar para o modelo de desenvolvimento econômico como o estabelece a constituição. Os direitos da natureza e os territórios indígenas são reconhecidos de palavra, mas o modelo extrativista que o governo impulsiona os contradiz e ataca brutalmente. Diz-se que se limitou as formas precárias de dominação do trabalho, como a tercerização e a flexibilização, mas a precarização é transferida para o setor público, tirando a seus trabalhadores o direito de organização, ação sindical e estabilidade laboral; ataca-se o movimento sindical com o pretexto de pôr fim aos privilégios, mas deixam-se intocados os privilégios do capital. O discurso de inclusão e valorização das mulheres contradiz-se com expressões machistas e patriarcais e uma política social que aprofunda a divisão sexual do trabalho. A pretensa democratização da liberdade de expressão encobre a perseguição a todo discurso crítico que questiona o acionar do governo. Só existem simulacros de participação social que são utilizados para avalizar a política governamental. Enquanto o discurso do governo questionou o endividamento externo, o que se fez é mudar de prestamista; se ao início se denunciou o caráter neocolonial do TLC com os Estados Unidos, o governo anda agora empenhado na assinatura de um "acordo comercial" com a União Européia, que substancialmente não se diferencia em nada dos TLC e suas imposições. Fala-se muito de soberania alimentar mas se prioriza os agronegócios e a produção para a agroexportação.

Mas a outra realidade é a dos povos, os movimentos e organizações sociais que hoje resistimos a este modelo, bem como ontem resistimos ao neoliberalismo, e que não dobramos nossas costas em frente ao autoritarismo do governo. À medida que se evidência o caráter do governo, a confrontação política agudiza-se e ativa-se a mobilização social.

Aqui estão as lutas antimineiras, as lutas dos povos do manglar, dos povos afros e montúbios e dos pescadores artesanais,as lutas ambientalistas e ecologistas, as lutas dos mestres e mestras, as lutas estudantis, as lutas do movimento feminista e da diversidade sexual, as lutas de trabalhadoras e trabalhadores públicos, as mobilizações dos pequenos comerciantes, o levantamento indígena e camponês pela água e pela terra, e pela construção do estado plurinacional, a luta dos moradores dos bairros populares; ali está o em massa voto NÃO na consulta de 7 de maio.

Com todas estas lutas e mobilizações se produziu um novo cenário político no qual fortalecemos nossas organizações e nossas lutas e no qual dia-a-dia avançamos na construção de uma unidade programática para um Estado Plurinacional e novas forma de convivência social.

Aqui renasce a esperança! Aqui começa a revolução dos povos!
Quito, 9 de agosto de 2011

Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador

Lista das organizações participantes no Primeiro Encontro de Movimentos Sociais do Equador pela Democracia e a Vida

ACNUR, ACJ Acuerdo Nacional de Jovenes, A.F.U.T.,Asamblea Nacional Ambiental,Asociación de Comerciantes Chiriyaku,AMPDE,Asamblea de los Pueblos del Sur,Asamblea Mujeres Populares y Diversas, Asociación Alameda ,Asociación Atara del Cantón Yaguachi, Acción Ecologica, Asociación " El Ejido", Asociación 13 de Enero, Asociación 29 de agosto, Brigada Ginesys, C. Agroecologia,C.A.C.P, Caja de Ahorros 4 de Abril, Cayambe UNOPAC, Canasta Solidaria-Quito, Casa Feminista de Rosa, CEA,CEDENMA, CEDOCUT, C.G.B. El Tejar, CEOSL TROVE, CEOSL, CETEMAPA-I, C-CONDEM, CEDOCUT, CEDOCUT E.M.I, CEDOCUT EMAPAI, Centro Agrícola Santa Elena, COAC Riobamba,COCE, Col. Chaquiñan, Colectivo Wambras, Colegio Médico Provincial del Guayas -COMEPROG, Comuna Río San Carlos, CONAIE, Confederación Profesionales de Casalvo, CONFEMEC-Frente Popular, D.D.H.H. Cuenca, Comunidad Sarayaku, Conferma, Cooperativa Puente de Parado, Cooperativa San Francisco, Coordinadora Indígena Santa Elena, Coordinadora Zonas INTAG, Corporación Toisan, Corpukis- Loja, Corriente Socialista Revolucionaria, CPA, CPMA, CUBE, CUCOMITAE, DECOIN, Democracia Socialista, DRE, ECOPAR, ECUARUNARI, Eloy Alfaro, EMAPA- Ibarra, FBPE, FEDARPROBIM, FEBAZ, Fedecomip, Federación Barrios de Cuenca, Federación de Barrios de Quito, Federación de Barrios de Esmeraldas FVB-FUBPE, FEPOSA, FESE, FEPTSE, FETRAMU, FEUE NACIONAL, FEUE Ambato,FEUNASSC, FIAN ECUADOR, FICSH, FIDES, FILI, FLIM, FOCCE, FONAKISE, FOPOCS, Frente Popular Azuay, Frente Popular Esmeraldas, FRIU, FTMO El Oro, Fundación La Comuna, Fundación Pueblo Indio del Ecuador, FUNDECOL, FUOS- P, FUOS- Cañar, GAPMS, GCOL, Gobierno Provincial de Morona Santiago, Indymedia Ecuador, INREDH, JatunAyllu, JRE, JRE -Pichincha, Juventud al Socialismo -UCE, Izquierda Unida -España, La Balsa- Los Ríos, La Hora, La Merced, Los Pinos, Madres Comunitarias, Centro Martín Pescador, MAS Movimiento Universitario, MMO, Movimiento Cívico,MPP, Movimiento "Colibrí", ANJ -Asamblea Nacional de Jóvenes, Movimiento La Merced, Movimiento Mujeres de Manabí, Movimiento Y a mí ¿quién me representa?, Municipio de Rumiñahui, Macha PakarinaGualaceo, MPE, OEML -Organización Ecuatoriana de Mujeres Lesbianas, Ojarasca México, O.S.O., Pachamama, Periódico Opción, PIDHDD, Asociación Progreso de Chamanga, RAL, Red de Asambleas Territoriales, Red Nacional Mar, Tierra y Canasta, Red PALSPA-UNOCIGS, Revista R, Rosita Paredes, San José de la Libertad, San Antonio de Valencia, SIGEOSPA, S.G.O., Sindicato de Choferes del Azuay, Sindicato General de Trabajadores de Rumiñahui, Sindicato de Lagro Agrio, Sindicato de Obreros- Muisne, Sindicato de Obreros- Tosagua, Sindicato de Sigsig, Sindicato 24 de Mayo,Sindicato de Nabón, SIU.O.G.P.A., SSC CAÑAR, T.O.P.O., UCAE, UCM, UGTE,ULORS SAYTA, UNCG, UNECH, UOCE, UNOPAC, Luna Creciente,UNE- AZUAY, UNE- BOLIVAR, UNE CHIMBORAZO, UNE IMBABURA, UNE NACIONAL, UNETU, Unión de Taxistas de Azuay, UNOCIR- MICC, UPML Espíndola, USFQ, U.T.V, Vanguardia del Magisterio.

*Fonte: Ecuarunari -  [Tradução do Diário Liberdade] 
Comentários
0 Comentários

0 comentários: