terça-feira, 16 de agosto de 2011

Indígenas bolivianos fazem protestos contra rodovia financiada pelo Brasil


Grupos indígenas bolivianos e organizações de moradores das cidades de El Alto e Potosí iniciaram nesta segunda-feira (15) diversas passeatas de protesto para pressionar o governo do presidente Evo Morales contra a construção de uma estrada financiada pelo Brasil e que cortam um Parque Nacional e o Territorio Indígena Isiboro-Secure (Tipnis) das etnias mojeña, yucararé e chimán.

Ao mesmo tempo, cerca de 500 indígenas começaram uma marcha na cidade amazônica de Trinidad, que percorrerá durante um mês 500 quilômetros rumo a La Paz, para exigir que Morales detenha a construção da estrada que atravessará o território de uma reserva natural.

A passeata indígena foi apoiada em La Paz por cerca de 400 jovens ambientalistas que protestaram em frente à embaixada brasileira. A estrada em questão terá mais de 300 quilômetros entre a Amazônia e o centro do país e demandará um investimento de US$ 415 milhões, dos quais US$ 332 milhões são financiados pelo Brasil.

A mobilização dos indígenas coincidiu nesta segunda-feira com o início de outros dois protestos nas cidades andinas que reivindicam pela atenção a suas próprias reivindicações.

El Alto, vizinha de La Paz e uma das cidades mais pobres do país, amanheceu parcialmente paralisada por moradores que iniciaram uma greve sem tempo definido para reivindicar que não se postergue o censo demográfico previsto para este ano, porque esperam que os resultados desse estudo garantam mais recursos a esse município.

Os filiados à Federação de Associações de Moradores de El Alto usaram pedras para bloquear as estradas que ligam outras regiões bolivianas e também as que unem a Bolívia ao Peru e ao Chile.
Já em Potosí (sudoeste), milhares de pessoas marcharam liderados pelo Comitê Cívico da região, para exigir ao Governo projetos de desenvolvimento da mineração, um aeroporto internacional e a preservação da Cerro Rico de Potosí - lendária montanha explorada há cinco séculos, mas que corre o risco de desaparecer.

*Com informações de agências de notícias. 

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