Dois documentos recém lançados e de entidades diferentes, o Greenpeace e a Repórter Brasil, revelam as conexões entre os incentivos dados pelo estado às atividades predatórias na Amazônia e a ligação destas atividades à grandes grupos econômicos.
De acordo com o Greenpeace, investigações de três anos sobre a indústria da pecuária brasileira revelaram que marcas de fama mundial como Nike, Adidas, BMW, Gucci, Timberland, Honda, Wal Mart e Carrefour impulsionam, involuntariamente, o desmatamento da Amazônia. Segundo a ONG ambientalista, a pecuária brasileira é hoje o maior vetor de desmatamento no mundo e a principal fonte de emissões de gases do efeito-estufa do Brasil. O estudo revela também que, nessa missão de devastação, a pecuária conta com um sócio inusitado, que tem entre suas atribuições zelar pela conservação da floresta amazônica: o Estado brasileiro.
No governo Lula, o Estado, através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), transformou-se em sócio e investidor de frigoríficos que, segundo a investigação do Greenpeace, compram sua matéria prima de fazendas que desmatam ilegalmente, põem seus bois para pastar em áreas protegidas e terras públicas e utilizam mão de obra escrava.
Já a Repórter Brasil e a Papel Social lançaram o estudo Conexões Sustentáveis - Quem se beneficia com a destruição da floresta, mostrando como mercadorias produzidas através de desmatamento ilegal, crimes ambientais, trabalho escravo e ataques as comunidades tradicionais chegavam à cidade de São Paulo e eram exportadas. O estudo mostra como grandes empresas, como frigoríficos, tradings, siderúrgicas, montadoras de carros, supermercados, madeireiras, construtoras lucram direta ou indiretamente com esse processo. Grilagem de terras,corte ilegal de madeira, avanço de pastagens, monocultura agrícola e mineração predatória são os principais combustíveis da devastação da Amazônia.
Multinacionais que vendem produtos de madeira certificada, e que se dizem preocupadas com o aquecimento global, podem adquirir matéria-prima de uma madeireira multada nove vezes nos últimos quatro anos por desrespeitar a legislação ambiental? Supermercados podem comercializar carne comprada de um frigorífico que abate gado oriundo de produtores flagrados por desmatamento ilícito e trabalho escravo? Restaurantes podem vender hambúrgueres de produtores do bioma amazônico quando seus documentos de responsabilidade social avisam o consumidor de que isso não acontece? O poder público pode realizar obras de infra-estrutura com madeira comprada de uma empresa que se relaciona com madeireiras que atuam em áreas embargadas e são acusadas de crimes ambientais?
Para fazer download do relatório do Greenpeace, clique aqui.
Para fazer download do relatório da Repórter Brasil e da Papel Social, clique aqui.
*Com informações e trechos de postagem do Blog do Sakamoto.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
1 Comentários
1 comentários:
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Será que não há nada neste relatório informando que toda a pecuária de lá é financiada pelo Banco do Brasil e Basa?
Não acredito que fizeram um estudo e não viram também isto.
Aliás, deveria se saber porque não interessou ao Greenpeace divulgar esa informação, ou como foi o combinado. Pois essa história de Greenpeace é muito esquisita, impedir que brasileiros criem gado tudo bem, mas consciencia ecologica sei não. - 02 junho, 2009
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