quinta-feira, 4 de junho de 2009

Desgraça pouca é bobagem...


Como desgraça pouca é bobagem, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) lançou ontem o edital para concessão de três lotes da Floresta Nacional (Flona) Sacará-Taquera, totalizando 140 mil hectares. Um terço da unidade de conservação poderá ser explorada para “retirada de madeira, atividades extrativistas e abertura para visitação turística”.A Flona Saracá-Taquera fica em Oriximiná, Terra Santa e Faro no Pará. Está ocupada por populações quilombolas há mais de dois séculos e tem ao seu redor dezenas de comunidades tradicionais ribeirinhas. O Edital que já deveria ter sido lançado em 2008, foi suspenso por denúncias do movimento quilombola que alegaram que seus territórios estavam sendo licitados.

Segundo o diretor do SFB,Antônio Carlos Hummel, o governo não vai permitir que as empresas explorem recursos que tradicionalmente já são explorados por aquelas comunidades.

As empresas a vencerem o edital de licitação receberão a concessão para exploração da área por 40 anos. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, acredita que a concessão pode aumentar a oferta de madeira legal no mercado e evitar o uso de produtos do desmatamento criminoso. “A melhor maneira de coibir a madeira ilegal é oferecer alternativas. Vamos separar planos de manejo corretos dos piratas.”

A Flona Sacará-Taquera é a segunda a ser licitada no Brasil. Em 2008,
após uma briga judicial que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), o SFB conseguiu concluir a concessão florestal da Flona do Jamari, em Rondônia, que ainda não entrou em operação. Até o fim deste ano, o governo pretende licitar outras duas florestas nacionais: Crepori e Amaná, na região de influência da BR-163, que liga Santarém (PA) e Cuiabá (MT) e é um dos principais eixos de desmatamento da Amazônia.
*Com informações da Agência Brasil.

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