segunda-feira, 8 de agosto de 2011

500 mil: “Indignados” de Israel fazem maior protesto da história do país


Pelo menos 500 mil pessoas (13% da população) saíram às ruas em várias cidades de Israel neste sábado, 06 de julho, em protesto contra a deterioração das condições sociais do país que inclui um aumento vertiginoso do desemprego, falta de moradias, inflação e até fome. Trata-se do maior protesto social da história do país. Só em Tel Aviv teriam saído as ruas entre 250 a 300 mil pessoas.

Construção em massa de moradias a preços baixos, aumento do salário mínimo, a imposição de taxas sobre as casas desocupadas e a gratuidade do ensino são pautas das mobilizações.

A manifestação contou com árabes israelitas, mas a maioria dos participantes eram judeus, que responderam à convocatória de movimentos de esquerda.

A onda de insatisfação já levou à montagem um grande acampamento no centro de Tel Aviv, com predomínio de jovens. Outras cidades seguiram o exemplo, e as barracas se espalharam pelo país. 

Questão palestina
Nos protestos era possível vê referências à revolução russa de 1917, à Praça Tahir (no Egito) e até a Intifada Palestina.

Aliás, o megaprotesto deste sábado coincidiu com o aniversário da Guerra de Seis Dias de 1967, quando Israel atacou simultaneamente ao Egito, à Síria, ao Líbano e à Jordânia, derrotando-os em poucos dias e anexando todos os territórios palestinos que ainda estavam sob controle árabe e ainda a Península do Sinai (posteriormente devolvida ao Egito) e as Colinas de Colã (até hoje tomadas da Síria).

Nas manifestações a data foi lembrada em várias falas, cartazes e palavras de ordem em apoio aos palestinos.

Há notícias inclusive de confrontos entre judeus de direita que estão em colônias na Cisjordância com setores que querem a retirada das colônias e apoiam a criação de um estado palestino com fronteiras referentes ao ano de 1967, antes da guerra. Por outro lado, grupos de direita estão apontando que a “saída” para a crise de moradias é continuar invadindo terras palestinas com a construção de mais colônias.  

“Isto é chocante, este grupo representa as pessoas mais nojentas do país. São racistas e tentam aproveitar-se desta manifestação. Mas as lutas sociais não lhes interessam nada”, diz um manifestante.

Governo em crise
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou a criação de uma comissão de ministros, observadores e especialistas para negociar com os representantes das manifestações.

Na semana passada, ocorreram ataques pontuais à Faixa de Gaza por parte do estado sionista. Há quem fale que uma nova ofensiva contra os territórios palestinos poderia servir para criar um clima de unidade nacional e acabar com os protestos. Por outro lado, a grande instabilidade em todo Oriente Médio, com revoluções e contrarrevoluções varrendo o mundo árabe, especialmente os vizinhos Síria e Egito, geram temores que um conflito aberto acabe gerando um efeito contrário.

Fiel da balança da política americana em toda a região pelo seu poderia bélico, Israel se vê numa crise social profunda exatamente no momento em que os sionistas americanos, seus maiores financiadores, também estão mergulhados em uma crise econômica, uma situação jamais vista na história do enclave.

*Com algumas informações de Agências internacionais e blogs.
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