Os acusados pelo assassinato do líder sindical Bartolomeu Moraes da Silva, o “Brasília”, ocorrido em 2002, no distrito de Castelo de Sonhos, município de Altamira, vão a júri popular, em Belém, na manhã desta quinta-feira.
Sentarão no banco dos réus o fazendeiro Alexandre Manoel Trevisan, o “Maneco”, Márcio Antonio Sartor, o “Márcio Cascavel”, e Juvenal Oliveira da Rocha, o “Parazinho”. O juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém, é quem presidirá a sessão, prevista para iniciar às 8h, no Fórum Criminal da capital. A Sociedade Paraense de Defesa dos Dieitos Humanos (SDDH) atua no caso como assistente de acusação.
O primeiro julgamento, que inocentou os acusados, foi anulado, após recurso de apelação. O julgamento de hoje já é fruto de adiamento.
“Brasília”, que era líder do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Altamira, foi morto a tiros no dia 21 de julho de 2002. O corpo foi encontrado às margens da rodovia Santarém-Cuiabá, com provas de tortura, como as pernas quebradas.
O assassinato ocorreu depois de o sindicalista ter feito uma série de denúncias de grilagem de terras, de corrupção em órgãos públicos e de ameças anônimas que vinha sofrendo. Não foi a única morte relacionada aos conflitos agrários na região. Um ano antes, outro sindicalista, Ademir Federecci, o “Dema”, foi executado também em Altamira, quando denunciava o processo de exploração ilegal de madeira e grilagens de terras. Em 2005, a missionária Dorothy Stang, foi morta em Anapu, também oeste do Pará, no conflito pela área do PDS Esperança.
Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) dão conta de um total de 20 assassinatos no campo no Pará só em 2002, quando “Brasília” foi morto. De 2001 a 2010, 160 tombaram, dos 376 em todo país, muitos defensores dos direitos humanos.
Fonte:Diário do Pará