O Governo brasileiro não enviará representantes à reunião de trabalho convocada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA para discutir as medidas cautelares que determinaram a suspensão imediata das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, na região do Xingu, no Pará.
A decisão surpreendeu estudiosos dos direitos humanos e representantes das organizações peticionárias das medidas cautelares. "É uma medida sem precedentes na relação do Brasil com a Comissão de Direitos Humanos da OEA", disse Andressa Caldas, lembrando que o Brasil se junta ao governo de Fujimori, no Peru, que adotou postura semelhante em 1999. Antonia Melo, liderança social histórica do município de Altamira, onde a usina está sendo construída, foi enfática: "Com esta decisão, o Governo dá um tiro no pé e deixa cair a máscara que vende para fora, de país que defende intransigentemente os processos democráticos e os direitos humanos".