A região Norte do Brasil apresentou um crescimento da área plantada de soja de 20% entre as safras 2006/2007. Porém, o número de propriedades rurais dedicadas ao grão caiu mais de 40% em dez anos. Os dados, que indicam que a produção da soja tem aumentado a concentração da propriedade da terra no país, estão presentes no relatório "O Brasil dos Agrocombustíveis", feito pela ONG Repórter Brasil.
De acordo com o coordenador do centro de monitoramento de agrocombustíveis da Repórter Brasil, Marcel Gomes, o relatório foi feito diante da forte tendência de crescimento das plantações de soja no país. A oleaginosa corresponde a 45% da área cultivada no país na safra 2007/2008. Segundo, Gomes estima-se que o país ultrapassará ainda em 2008 os Estados Unidos como maior exportador e, no máximo em seis anos, será a maior área plantada do grão no mundo.
“A gente tem uma perspectiva de que a soja vai se expandir muito nos próximos dez anos, por conta do aumento na demanda chinesa. E essa expansão é feita num modelo muito complicado. Baseado na grande propriedade rural, no uso intensivo de agroquímicos, na pouca geração de vagas de emprego e num modelo quase totalmente voltado para exportação. O alerta que a gente faz é que se esse modelo se perpetuar uma série de impactos podem ser acentuados.”
Além da concentração da propriedade de terra, Gomes também destacou os impactos da soja no desemprego. A cada 200 hectares de soja são gerados de um a quatro empregos diretos. O cultivo de tomate, por sua vez, rende 245 vagas. Uma das causas é a crescente mecanização e automação dos cultivos no Brasil.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur.
Fonte: RadioAgência Notícias do Planalto
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