Leia a seguir a nota do SINTEPP.
"Os trabalhadores em educação de nosso estado tiveram, na sexta feira 09 de maio de 2008, uma triste e dolorosa constatação: o governo Ana Júlia finalmente mostrou a que veio. A exemplo de Lula que, traindo sua trajetória, não se acanha em atacar os direitos trabalhistas que outrora defendia, que não se envergonha de aliar-se a Delfim Neto, José Sarney e Jáder Barbalho e rasgar elogios aos usineiros que ainda hoje utilizam mão de obra escrava, Ana Júlia não apenas desrespeitou milhares de trabalhadores, como se utilizou de artifícios que nem mesmo Almir Gabriel ou Jatene ousaram. A governadora entrou com uma ação cominatória na Justiça pedindo a criminalização do movimento grevista.
Só isso já seria suficiente para deixar o SINTEPP e a categoria revoltados. Mas Ana Júlia foi além: usou o aparato militar da repressão para lançar bombas, gás lacrimogênio, balas de borracha e cassetetes contra os educadores de nosso estado. A soberba foi tanta que além de se recusar a atender a comissão de negociação, Ana Júlia não enviou nenhum secretário para ouvir a categoria em greve. Ao invés disso preferiu o diálogo das balas e das bombas.
Trabalhadores detidos, dezenas de manifestantes feridos e nenhum respeito à categoria. Esta foi a resposta de Ana Júlia aos educadores. Incrédulos e revoltados os trabalhadores enfrentaram com coragem e destemor a polícia militar. Foram 40 minutos de terror e covardia. Crianças, mulheres, idosos e transeuntes foram violentamente reprimidos pela polícia. Quando a nuvem de gás de pimenta e de gás lacrimogênio se dissipou ficou claro que o slogan de Ana Júlia, “Pará, terra de direitos” é uma ironia de muito mau gosto. Temos direitos de que? De ser vilipendiados e espancados com a mesma truculência da polícia tucana? Esse “direito”, governadora, não queremos.
A definição mais elegante e educada da postura adotada pela governadora é: canalhice! Vil, desprezível e ordinária são definições que caem como uma luva para aquela que um dia se reivindicou democrata e trabalhadora. Talvez, apenas talvez, a governadora venha a se desculpar pelas atrocidades cometidas por sua polícia. Não importa. Não queremos suas desculpas, queremos respeito! Os trabalhadores em educação não são criminosos, são os responsáveis pela educação de nossos filhos.
De nossa parte mandamos um recado a quem hoje ocupa a estofada e poderosa cadeira de governadora: não nos intimidaremos. Fomos nós, governadora, que enfrentamos a ditadura militar e conquistamos a democracia. Fomos nós que conquistamos, na luta, o direito de nos expressarmos e de nos constituirmos como cidadãos. Não será uma filha bastarda da luta que nos impedirá de trilhar o caminho da vitória.
Talvez governadora, Almir Gabriel e Jatene estejam com inveja de sua ousadia, mas o único sentimento que os trabalhadores em educação lhe dedicam hoje é o desprezo. Tenha a decência de não usar os argumentos medíocres que os tucanos sempre utilizaram: o de que somos “baderneiros” e “bagunceiros”. Seria deprimente demais. Tenha a coragem de dizer que tomou partido dos patrões e dos capitalistas contra os trabalhadores. Isso seria mais elegante, e insultaria menos nossa inteligência.
A truculência de seus soldadinhos amestrados só serviu para fortalecer ainda mais a luta. Os índices de paralisação não apenas foram mantidos, como se ampliaram. A greve se fortalece a olhos vistos, inclusive com o apoio dos pais de alunos.
A luta encontrará termo quando as reivindicações forem atendidas. Ao fim da greve, como nas lutas anteriores, ficarão muitas certezas. Uma delas de que Ana Júlia escolheu o caminho dos covardes e da truculência. Ao atirar nos trabalhadores em educação sua máscara caiu. Nossas feridas cicatrizarão, mas nossa memória saberá guardar para sempre sua traição no lugar mais adequado: na lata de lixo da história".
Assinar:
Postar comentários (Atom)