No último domingo o programa Fantástico da Rede Globo transmitiu uma matéria sobre o incidente entre o Engenheiro da Eletrobrás, Paulo Fernando Rezende e índios Kaiapós durante o Encontro “Xingú Vivo para Sempre”, ocorrido semana passada em Altamira, no Oeste do Pará.
Em entrevista, o funcionário responsável pelo projeto da hidroelétrica de Belo Monte, disse que não espera que aconteça nada com os índios. Muitos se surpreenderam com a suposta posição do engenheiro perante os índios, conforme a ‘benevolência’ do mesmo: “Eu, sinceramente, espero que não aconteça nada. Não vejo nenhuma culpabilidade direta deles nesse assunto. Pode parecer estranho”, declarou.
No programa, ele lembrou como tudo aconteceu. “Eles me puxaram pela camisa, eu caí no chão. No que caí no chão, eu tratei de me proteger, levantando as pernas e apoiando a mão em cima da cabeça. Eles começaram a me bater com borduna, me cutucar, e eu não vi nem quem me acertou o facão, nem senti dor na hora, só depois que eu parei que vi que tinha um corte aqui.”
Parece que na frente das câmeras o engenheiro não falou a sua opinião por completo. No mesmo dia do incidente, um contato me repassou as seguintes informações sobre o engenheiro, fruto de um encontro casual com o mesmo no aeroporto de Santarém:
“Na noite de terça-feira o engenheiro da Eletrobrás (de braço cortado e, devidamente, costurado) assistia, no aeroporto de Santarém, o Jornal da Globo. Na tela, ele próprio aparecia no momento em que os índios Kaiapós respondiam a seu modo, a prepotência do da fala do engenheiro. Estavam o engenheiro e uma senhora também da Eletrobrás. Falei com ela, que estava ainda mais apavorada (ele estava tranqüilo). Ela chegou a pedir-me que não comentasse com outras pessoas do aeroporto quem eram eles, pois, "queriam fazer a viagem de volta tranqüilos". Não sei qual era a preocupação! Ele falava mancho, ao contrário de seu tom no evento, antes de apanhar. Mas quando perguntei qual era a posição dos índios ele voltou ao seu tom original: "Eles nem sabem o que é eletricidade, o que é a obra, não sabem nada". A revolta do engenheiro não eram contra os índios, "eles foram inflamados", mas contra o MAB. Segundo eles foi a fala do sujeito do MAB que incitou os índios. Parece que quando O cara falou a palavra guerra, a coisa rolou. Segundo ele, "esperávamos alguma reação, mas nunca que chegasse a tanto". Ambos estavam exultantes com o "gol contra que eles fizeram".
Como se vê, a prepotência e o preconceito andam de mãos dados. Aliás, vários relatos de pessoas presentes ao encontro coincidem ao dizer que o Engenheiro usou todo o seu tempo de intervenção com falas agressivas e de desqualificação dos oponentes às hidroelétricas do rio Xingu.
Fontes: Portal G1 e correio eletrônico.
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