domingo, 4 de maio de 2008

Superintendente do Incra de Minas Gerais tenta deslegitimar MST e servidores do órgão.

Esta semana, entre os dias 28 e 30 de abril, o MST e outros movimentos da Via Campesina em Minas Gerais ocuparam o Incra deste estado. A ação dos movimentos se deu pela completa paralisia do processo de desapropriação e assentamento de famílias. Neste sentido, os manifestantes exigiram negociar apenas com o presidente do Incra, Rolf Hackbart. O Superintendente da SR-06, num estilo autoritário, chamou a tropa de choque da Polícia Militar e a Polícia Federal para desocupar o prédio. Contudo, a vinda do Presidente Substituto do Incra, Roberto Kiel e a promessa de aceleração da pauta do movimento fizeram os agricultores saírem do prédio ainda no dia 30. Logo em seguido, o superintendente lançou uma ofensiva de deslegitimação do movimento, acusando-o de depredação do prédio e roubo de objetos. Segue abaixo nota do MST mineiro. Apenas uma correção na mesma: o “Sr. Arnaldo” é da Assincra e não da Fassincra, fiel leitor deste blog e um companheiro de primeira linha. O apoio solidário do mesmo à causa do movimento e a entrega de um relatório feito pelos próprios servidores sobre a situação do órgão foi o suficiente para despertar a ira do super-tirano. Após a desocupação do prédio sua cólera se votou contra o companheiro Arnaldo, alcunhado de “colaborador da baderna” e “moleque”. Fica minha solidariedade com a luta dos companheiros da Via Campesina e com o colega Arnaldo. Segue nota do MST mineiro.


“Nota a imprensa e a sociedade mineira

O Movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST-MG) vem a público esclarecer que durante o período (28 a 30 de abril) de ocupação na sede do INCRA em Belo Horizonte, não houve nenhum dano ao patrimônio público como acusa o superintendente e a diretoria regional do Órgão.

O motivo da ocupação foi que em Minas Gerais o processo de reforma está parado, então pretendíamos com esta mobilização, legitima, chamar a atenção da sociedade e negociar nossa pauta.

Fomos vitoriosos na nossa mobilização, primeiro porque tivemos o representante do INCRA nacional para negociar conosco, coisa que a diretoria local era contra, segundo porque nossas reivindicações foram atendidas pelo vice-presidente do INCRA Sr. Roberto Kiel e pelo delegadodo MDA Sr. Rogério Correria.

A partir desta analise em assembléia que aconteceu por volta das 17:00h com todas as famílias que participaram da mobilização, decidimos desocupar o sede do INCRA.

Antes de sairmos do prédio foi chamado o coordenador de serviços gerais do INCRA o senhor Neves e o Sr. Arnaldo (vice-coordenador da FASSINCRA) onde foi realizada uma vistoria com representantes do MST, ressaltando ainda, que durante o período de ocupação toda a imprensa teve acesso ao prédio, podendo constatar que são inverdades as acusações feitas.

Constatou-se então que nada estava fora do lugar, pois as salas estavamtodas trancadas e as famílias permaneceram somente nos dois primeiros andares do prédio.

Sabemos da intenção do atual superintendente de desviar o foco da questão agrária no estado bem como do objetivo da luta das famílias que ocuparam o INCRA.

Firmamos aqui que durante o período de ocupação recebemos visitas de
simpatizantes e personalidades, que puderam constatar que não houve nenhum dano ao patrimônio e também que nenhum dos participantes da ocupação estavam alcoolizados.


Movimento Sem Terra - Minas Gerais
Belo horizonte, 02 de maio de 2008”
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Arnaldo José disse...

tem mais uma reivindicação que tu não colocaste: TODOS os movimentos de luta pela terra em Minas Gerais pediram a cabeção desse sujeito, da superintendente adjunta e dos chefes de obtenção e de desenvolvimento.