Cúpula petista prepara meia-volta em Belo Horizonte. Em troca, pede socorro a Marta Suplicy em São Paulo

Durou pouco o veto do PT nacional à aliança mineira do prefeito petista Fernando Pimentel com o governador tucano Aécio Neves. O partido já prepara a meia-volta. Refina o discurso.
O petismo busca uma justificativa política para a revisão da proibição que impusera em 24 de abril. Um discurso que possa apresentar à platéia e que sirva para vencer as resistências do pedaço mais à esquerda da legenda, ainda avesso à parceria com Aécio em Minas.
O gesto do PT, já decidido pela cúpula, vai tonificar a candidatura de Márcio Lacerda à prefeitura de Belo Horizonte. Lacerda, o candidato de Pimentel e Aécio, não é nem petista nem tucano. Pertence aos quadros do PSB.
O mesmo PSB que, em São Paulo, torce o nariz para a candidatura petista de Marta Suplicy. Embora não condicione a decisão de Belo Horizonte à evolução da conjuntura paulistana, o PT reivindica, nos subterrâneos, a solidariedade do PSB.

A despeito de estar bem-posta nas pesquisas, Marta ainda não logrou convencer um mísero partido a coligar-se com ela. Dispõe, por ora, de escassos oito minutos de propaganda no rádio e na TV –quatro pela manhã e quatro à noite.
É menos da metade do tempo que terá o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Candidato à reeleição, Kassab já soma notáveis 19 minutos –duas inserções diárias de oito e meio.
Manejando o poder de sedução de duas máquinas administrativas –a do município e a do Estado, submetida ao aliado José Serra (PSDB)—, o prefeito “roubou” de Marta o apoio de três legendas: PMDB, PR e PV. Partidos que, em Brasília, são sócios do consórcio lulista. Mas que, em São Paulo, foram à canoa ‘demo’.

Enganchado ao projeto presidencial do deputado Ciro Gomes (CE), o PSB caminha de mãos dadas com o PDT e o PC do B. Uniram-se no autodenominado “bloquinho.” De início, foram menosprezados por Marta e pelo PT paulista. Agora, são vistos como as últimas bolachas do pacote.
O PT tenta arrastar para a canoa de Marta o “bloquinho” inteiro. Mas já decidiu que, se não for possível, tentará seduzir ao menos um pedaço do grupo. O naco que mais pende para uma aliança com o PT é o PDT do deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical.
(...)"
Fonte: Blog do Josias (Folha On-line)