Enquanto técnicos e administrativos das universidades atropelam governistas, professores preparam entrada na greve. Trabalhadores dos institutos de tecnologia já estão também parando
Os trabalhadores dos sistemas de ensino federal caminham para uma das maiores greve da categoria nos últimos anos.
Os técnicos e funcionários administrativos das instituições federais de ensino superior já contam com mais de 60 dias de greve. A categoria segue parada na maioria das universidades e derrotou o vergonhoso recuo da maioria da direção da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras) que apóia o governo de Dilma Roussef (PT).
A manobra organizada pela CUT e pela CTB incluiu o envio de delegados que votaram contra a posição retirada em assembleias de suas bases. Chegou-se a votar em Brasília a suspensão da greve, para sinalizar confiança ao governo, mas nos estados a manobra dos governistas foi derrotada pela base, que impôs a continuidade da greve à direção traidora.
O Comando Nacional de Greve está encaminhando a organização de Caravanas à Brasília e a organização de um acampamento na Esplanada dos Ministérios, nos dias 09 a 11 de agosto. A meta é reunir no acampamento mais de mil caravaneiros (trabalhadores técnico-administrativos em educação) de todas as universidades do país que estão em greve, além de representantes de centrais sindicais, partidos políticos, entidades estudantis, bem como toda a sociedade civil organizada.
Greve também nos institutos de tecnologia
A base do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) também iniciou na semana passada um movimento grevista que abrange professores e servidores da Rede Federal de Educação Básica, Profissional e Tecnológica, bem como nas Instituições de Ensino vinculadas ao Ministério da Defesa.
“O objetivo é construir um intenso processo de pressão que venha impor ao governo um novo patamar nas relações com os servidores/as da nossa Base e com o nosso Sindicato Nacional”, informa a entidade em seu sítio.
Nesta semana, o movimento já tinha adesão de 79 campi, em 16 estados. Pelos menos vinte e duas assembléias deverão ocorrer nos próximos dias em vários campi pelo país para definir a entrada ou não no movimento.
Professores já estão parados em algumas IFES
Os professores das universidades federais também mostram também disposição em ir à greve. É alto o grau de insatisfação dos docentes com as precárias condições de trabalho e salarial.
“A orientação é para que as seções sindicais convoquem assembleias gerais, em regime de urgência, entre 10 e 12 de agosto. Os encontros deverão ter como pauta a avaliação da proposta do governo e mobilização da categoria (indicativo de greve) e a Jornada Nacional de Lutas do mês de agosto”, afirma o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), em seu sítio.
Pelo menos trinta universidades já se manifestaram por paralisações, processo de mobilização ou tiraram indicativo de greve. Nas universidades Federais do Tocantins e do Amazonas a greve já teve início e envolve lutas contra as péssimas condições de trabalho nestes locais.
Estudantes vão à luta
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), quase 500 estudantes aprovaram em Assembleia Geral o apoio à greve dos servidores e também em uma pauta de reivindicações apresentada pelo DCE e em uma votação emocionante, a massa dos estudantes decidiram entrar em greve, com apenas três votos contrários e uma abstenção. Os estudantes criticam a pressão pelo retorno às aulas com os servidores em greve e o início das aulas já foi adiado em uma semana pelo Fórum dos Coordenadores de Curso. Também se enfrentam com a precariedade das condições de ensino, geradas pelo Reuni. Na UFPR, os professores também já aprovaram um indicativo de greve numa assembléia com mais de 250 docentes.
A ANEL (Asembléia Nacional dos Estudantes Livre) realizou neste fim de semana uma reunião da Coordenação Executiva Nacional da Entidade que definiu participação na Jornada Nacional de Lutas de agosto, participação na Marcha Nacional à Brasília no dia 24 e intensificação da Campanha pelos “10% do PIB para a educação já!”. A entidade é co-organizadora junto com o Andes e outras entidades do Lançamento da Campanha no dia 25 e realizará a sua V Assembléia Nacional em Brasília no dia 26.
Outras categorias e Jornada
A CSP-Conlutas e várias outras entidades nacionais apontam para construção de uma paralisação dos servidores federais no dia 19 de agosto, com o objetivo de impulsionar a jornada de lutas no estado. As atividades ocorrem de 17 a 26 de agosto, e envolvem além dos servidores públicos, movimentos sociais populares, metalúrgicos, bancários, petroleiros e estudantes.
No dia 24 ocorre uma marcha à Brasília (veja cartaz e pauta unificada na barra lateral do blog).