terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A culpa é do estagiário


Uma manifestação contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) por causa da reintegração de posse do Pinheirinho rendeu a demissão de quatro estagiários da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) no último dia 30 de janeiro.

O órgão, vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional do estado, recebeu a visita surpresa do governador no último dia 26. Segundo contam os demitidos, uma dezena de estagiários do prédio localizado na Avenida Cásper Líbero, em São Paulo (SP), manifestaram-se de forma espontânea contra a presença de Alckmin no local.

Aos gritos de “Pinheirinho” e “Assassino”, os manifestantes conseguiram ser ouvidos pelas pessoas que estavam na calçada do prédio, onde o governador pousava para as fotos e se preparava para deixar o local. “Mais pessoas foram às janelas, mas supostamente só os estagiários do 7º andar foram vistos gritando”, conta Wallace de Andrade, um dos demitidos.

“A nossa intenção era de que o governador soubesse que lá havia pessoas que estavam indignadas com o que estava acontecendo, mas a gente não combinou nada”, explica Mona Perlingeiro, outra demitida.


Os gritos causaram alvoroço entre supervisores e a diretora executiva do órgão, Felícia Reicher Madeira. Segundo os demitidos, Felícia, que é mulher do ex-deputado federal Arnaldo Madeira (PSDB), disse que ficou chocada com o ato dos estudantes. “Ela perguntava: ‘Por que vocês estão chamando Geraldo Alckmin de assassino? Ele é uma pessoa maravilhosa’”, conta Mona.

“As pessoas que estavam na sala no momento em que a diretoria chegou era muito maior que nós quatro. Tinha umas dez pessoas lá, e a maioria havia se manifestado”, afirma a estagiária, que busca saber por que apenas ela e os três colegas foram demitidos.

Por meio da assessoria de imprensa, a Fundação Seade informou que “as decisões foram tomadas com base no campo estritamente administrativo” e que “o fato de qualquer transeunte ser ofendido por pessoa ligada à Fundação, a partir de suas dependências, é motivo de desligamento”.

*Com informações do Brasil de Fato.
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