Uma manifestação contra o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB) por causa da reintegração de posse do Pinheirinho rendeu
a demissão de quatro estagiários da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise
de Dados) no último dia 30 de janeiro.
O órgão,
vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional do
estado, recebeu a visita surpresa do governador no último dia 26. Segundo
contam os demitidos, uma dezena de estagiários do prédio localizado na Avenida
Cásper Líbero, em São Paulo (SP), manifestaram-se de forma espontânea contra a
presença de Alckmin no local.
Aos gritos de “Pinheirinho” e “Assassino”, os
manifestantes conseguiram ser ouvidos pelas pessoas que estavam na calçada do
prédio, onde o governador pousava para as fotos e se preparava para deixar o
local. “Mais pessoas foram às janelas, mas supostamente só os estagiários do 7º
andar foram vistos gritando”, conta Wallace de Andrade, um dos demitidos.
“A nossa intenção era de que o governador soubesse
que lá havia pessoas que estavam indignadas com o que estava acontecendo, mas a
gente não combinou nada”, explica Mona Perlingeiro, outra demitida.
Os gritos causaram alvoroço entre supervisores e a
diretora executiva do órgão, Felícia Reicher Madeira. Segundo os demitidos,
Felícia, que é mulher do ex-deputado federal Arnaldo Madeira (PSDB), disse que
ficou chocada com o ato dos estudantes. “Ela perguntava: ‘Por que vocês estão
chamando Geraldo Alckmin de assassino? Ele é uma pessoa maravilhosa’”, conta
Mona.
“As pessoas que estavam na sala no momento em que
a diretoria chegou era muito maior que nós quatro. Tinha umas dez pessoas lá, e
a maioria havia se manifestado”, afirma a estagiária, que busca saber por que
apenas ela e os três colegas foram demitidos.
Por meio da assessoria de imprensa, a Fundação
Seade informou que “as decisões foram tomadas com base no campo estritamente
administrativo” e que “o fato de qualquer transeunte ser ofendido por pessoa
ligada à Fundação, a partir de suas dependências, é motivo de desligamento”.
*Com informações do Brasil de Fato.