O presidente do ICMBio (Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Rômulo Mello, 49, pediu
demissão. Segundo a assessoria de imprensa do ICMBio, Mello alegou estar
cansado após quatro anos à frente do órgão federal responsável pelas unidades
de conservação.
Mas, segundo matéria da Folha, o pedido se deveu ao desgaste em sua
relação com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Ainda segundo a Folha, algumas das
críticas eram públicas, em reuniões com ONGs ou em eventos abertos. Em dezembro
de 2010, por exemplo, durante a cerimônia de comemoração dos dez anos do
Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Izabella teria chamado Mello de
"171 ambiental".
A presidência de Rômulo à frente do ICMBio foi marcada por
polêmicas. Já em 2008, Mello cedeu ao Ministério do Meio Ambiente e deu aval ao
decreto federal que permitiu a destruição de cavernas consideradas de
"baixa e média relevância", enfurecendo ambientalistas. O decreto é
considerado um dos principais retrocessos ambientais da gestão Minc.
O presidente também apoiou a redução
da chamada zona de amortecimento das unidades de conservação, reduzindo de 10
km para 1,5 km a faixa de uso restrito em torno de áreas protegidas que não
tenham plano de manejo (a maioria das 310 unidades federais não tem).
Mello também cedeu ao governo ao
aceitar que sete unidades de conservação na Amazônia fossem reduzidas por
medida provisória, um fato inédito, para a instalação de hidrelétricas. A
manobra foi considerada inconstitucional pela Procuradoria-Geral da República,
que moveu ação no Supremo Tribunal Federal contra a medida.