Em entrevista ao sítio da revista Época,o
secretário executivo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República, Ramaís de Castro Silveira, reconhece que as denúncias de
assassinato, ameaças e roubo de madeira no Oeste do Pará são consistentes. Na
semana passada, a jornalista Eliane Brum publicou em sua coluna o drama de dois
brasileiros que denunciaram uma quadrilha especializada na extração ilegal de madeira da Amazônia perto dos municípios de Trairão e
Itaituba.
Um deles, João Chupel Primo, foi assassinado no dia 22 de
outubro do ano passado, cerca de 48 horas após fazer a denúncia no Ministério
Público Federal. O outro, Junior José Guerra, fugiu do Estado com medo de
morrer. Depois de pedir e não receber proteção das autoridades para continuar
no local, ele resolveu se esconder por conta própria. Está há cerca de três
meses nessa condição.
Nesta entrevista, Ramaís
admite a legitimidade do pedido de socorro feito por Junior. Mas explica que
ele não recebeu a proteção que pleiteava por não ter sido reconhecido como um
legítimo “defensor dos direitos humanos” numa avaliação feita pela Defensoria
Pública do Pará, órgão vinculado ao governo do Estado. Essa avaliação poderia
ser revista pela Secretaria de Direitos Humanos, segundo Ramaís, se Junior
resolvesse recorrer da decisão da Defensoria.
Leia toda a entrevista: Roubo de madeira: Governo reconhece ameaças, mas denunciante continua sem proteção