quarta-feira, 27 de março de 2013

Oficializada a repressão armada no Tapajós

Por Edilberto Sena*

Uma notícia vinda de Itaituba confirma que ditadura está implantada na Amazônia, com disfarce de proteção ao meio ambiente. Um avião Hércules da Força aérea brasileira desembarcou domingo passado 200 soldados da Força Nacional no aeroporto de Itaituba.

Na segunda-feira mais outro contingente de 50 militares chegou à cidade. Por que tantos militares em Itaituba e também em Altamira, onde está sendo construída a hidroelétrica de Belo Monte? Lá, o governo federal está violando a Constituição e tem tido resistência das comunidades prejudicadas.

No Tapajós o governo quer destruir o rio e os moradores da região, inclusive os índios Munduruku para construir sete grandes barragens. Como os ribeirinhos e indígenas não concordam com a destruição, a sua expulsão e violação de seus direitos, agora o governo federal chega com ameaças de repressão armada.

Há poucas semanas a Polícia Federal chegou armada em Teles Pires, assassinou um Munduruku, e até agora não foi punida a equipe de policiais assassinos. O pretexto era acabar com o garimpo clandestino na área, mas a razão velada era manter os índios conformados com três barragens em construção no rio Teles Pires, inclusive destruindo sua cachoeira sagrada.

Agora a repressão armada chega a Itaituba, o pretexto é proteger o meio ambiente, mas razão velada é garantir a violação da Constituição e os direitos dos povos habitantes das áreas a serem destruídos pelas sete barragens.

Como proteger o meio ambiente, se as barragens vão alagar milhares de quilômetros de floresta? Como cuidar do meio ambiente se grandes empresas estão explorando ouro e destruindo o ambiente? Como cuidar do meio ambiente se vão interromper a dinâmica normal do rio? A ditadura voltou a se instalar no Tapajós e a sociedade prejudicada não pode calar.

O urgente que o clamor dos habitantes agredidos em sua dignidade, seja levantado e chegar à justiça, às autoridades e aos órgãos de direitos humanos internacionais. Quem se humilha paga um preço caro. A diferença entre a ditadura dos militares de 1964 e a do governo de hoje é que aquela era explícita e assumida e esta é disfarçada e cínica.

*Pároco diocesano, militante do Movimento Tapajós Vivo e Coordenador da Rádio Rural AM de Santarém, Pará. Editorial de 27 de março de 2013.
Comentários
4 Comentários

4 comentários:

Unknown disse...

No oeste do Estado do para em uma nova e progressista Cidade o”notório” Prefeito que deixou a presidência do sindicato do setor madeireiro para candidatar-se.
O Vice Prefeito Fazendeiro e Medico punido pelo IBAMA com a perda de quase 1000 cabeças de gado criado de maneira irregular em área embargada por destruição da floresta e que teima em continuar criando.
O Presidente do Sindicato dos Fazendeiros famigerado por defender quem desmata,derruba e destrói a Floresta Amazônica e quem especula desmatando a floresta para plantar pasto e depois vender com enormes lucros.
Os seus Secretários madeireiros, desmatadores e especuladores que lucram com a exploração criminosa da madeira e ou com a derrubada da floresta para plantar pasto e depois vender a área transformada em capim, incluindo ai até o seu secretario do Meio ambiente.
A organização criminosa toma o poder político local.
O saque a nossa Floresta patrimônio nacional ira aumentar.
Essa tomada do poder político local tende a acentuar os conflitos sociais e ambientais em nossa região!

Unknown disse...

Por volta das 22 hs de ontem 25, o Cacique da Aldeia Caiapó em Novo Progresso / PA, índio (B.I - Foto), Informou a nossa reportagem (Jornal O Atual) via telefone, que um médico recém contratado pelo atual prefeito Sr. Osvaldo Romanholi (PR), mandou um pequeno indígena com problemas sérios de saúde com apenas 22 dias de vida, ir embora para ser tratado em sua (Aldeia, Oca ou Casa).





Após conversarmos com o Cacique da Aldeia Caiapó, via telefone, e ouvir seu desespero pela saúde do menino indígena, resolvemos averiguar o caso pessoalmente no local da denuncia. (Hospital Municipal).




Ao chegarmos ao Hospital, nos surpreendemos com a presença de mais de 60 índios revoltados com o ocorrido.




Não só índios, mas também, moradores e comerciantes que se juntaram em protesto e revolta na frente do Hospital Municipal para reivindicar o direito básico quanto à saúde em Novo Progresso.



O líder indígena relatou em vídeo, ao JORNAL O ATUAL, que foi agredido fisicamente pelo médico Dr. Afrânio, recém contratado pelo atual prefeito Romanholi.





A PM, sob o comando do Sargento Rego, conseguiu conter os ânimos alterados da população e indígenas que se encontravam no local.



Após algum tempo em espera, outro médico, foi chamado e atendeu o pequeno indígena de apenas 22 dias de vida no Hospital Municipal.



O Líder da Aldeia Caiapó, em entrevista exclusiva ao JORNAL O ATUAL (em vídeo), disse que; “Nunca tinha visto um péssimo atendimento e descaso em governos anteriores e acrescentou ainda mais: “Vamos ao Ministério Público, Juiz, Câmara e até no inferno, pois temos direitos e vamos cobrá-los”“.

Unknown disse...

Assessor da Prefeitura ameaça de morte líder do SINTEPP em Novo Progresso


A professora Nubia Silvana Lima Machado Franchini (Foto), representante do SINTEPP de Novo Progresso , registrou por volta das 10h de quarta-feira(20/03) um Boletim de Ocorrência no Plantão Policial, contra o assessor do Prefeito Osvaldo Romanholi(PR), Donizete Severino Duarte, 56 anos, por ameaça de morte.

Nubia foi nomeada no inicio do ano como chefe do departamento de cultura do município, mas por discordar de algumas ações do atual prefeito e de alguns chefes do alto escalão , pediu demissão e voltou para sala de aula onde é professora a mais de 10 anos no município.

Nubia é Coordenadora de assuntos jurídicos do SINTEPP sub sede de Novo Progresso, e lidera uma paralisação marcada para próximo dia (26/03), reivindicando salários atrasados e melhorias para classe.

Unknown disse...

Em termos práticos, é uma terra de ninguém.
O traçado da BR-163 corta ao meio uma das principais reservas florestais do país, a Floresta Nacional do Jamanxin, santuário ambiental que, cada vez mais, é refém de focos de garimpo clandestino e desmatamento ilegal.
Ao longo da BR-163, a maior parte do trecho que corta a floresta do Jamanxin é emparelhada pela densa floresta amazônica. Mas não demora muito até que essa paisagem passe a incluir algumas estreitas estradas de terra, que rasgam a reserva adentro. Na maioria dos casos, são estirões também conhecidos como “espinhas de peixe”, aberturas usadas para facilitar a extração ilegal de madeira no meio da mata.

Criada em 2006, a Floresta Nacional do Jamanxin abraça uma área total de 1,3 milhão de hectares de floresta. É o único corredor natural que liga as reservas do Xingu e do Tapajós, os dois grandes blocos de preservação ambiental na Amazônia.
“terra de ninguém”ou terra de quem detém o poder econômico?