A Defensoria Pública de
Altamira se reuniu com o CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte) no final da
tarde desta quarta-feira (10). O órgão foi apurar as denúncias apresentadas
pela CSP-Conlutas do desaparecimento de um operário do Sítio de Belo Monte e a
repressão e intimidação por parte da Força Nacional contra os trabalhadores em
greve.
Na reunião, o
Consórcio foi obrigado pela Defensoria Pública a disponibilizar ônibus para os
grevistas irem até Altamira, já que se sentem inseguros dentro dos canteiros.
“Os trabalhadores querem ir à cidade, pois aqui não conseguem negociar com o
Consórcio. Além disso, a empresa, junto com o governo, enviou a Força Nacional
ao canteiro e os trabalhadores se sentem intimidados, cercados e com medo”,
disse o membro da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes, que presta solidariedade à luta
dos operários. Segundo o dirigente da Central, outro o objetivo ao ir à cidade
é tentar uma audiência com um representante do governo para discutir as
reivindicações da pauta apresentada no início da greve.
Denúncia enviada ao
TST
Outra iniciativa tomada
pelos operários foi de formar uma comissão e protocolar uma denuncia junto ao
TST (Tribunal Superior do Trabalho) contra os abusos cometidos pelo Consórcio
durante a greve.
Demissões
A greve iniciada no Canteiro
de Pimental na sexta-feira (5) foi duramente reprimida, além da demissão de ao
menos 450 operários. Os trabalhadores recuaram com medo de novas demissões.
Belo Monte continua em greve
O Sítio Belo Monte, um dos
canteiros que concentra o maior número de funcionários, resistiu à repressão e
agora enfrenta a intimidação por parte da Força Nacional. Setenta por centro
dos mais de 6 mil trabalhadores continuam parados.
Reivindicações
Foram listados mais de 35
itens de reivindicações e entregues ao departamento de relações sindicais do
CCBM. As principais são: 40% de adicional por confinamento, baixada de 3 meses
para todos, desfiliação geral do Sintrapav, fim do 5 por 1, equiparação
salarial, fim do desvio de função, entre outros.
A greve questiona ainda
a atuação do Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção Pesada do Estado do Pará) filiado à Força Sindical, que, de acordo
com os trabalhadores, é omisso e não apoia suas reivindicações. A CSP-Conlutas
e o Sinticma (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Madeireiras e da
Construção Civil Leve de Altamira) os apoiam a lutar pelos seus direitos.
Fonte: CSP-Conlutas