quarta-feira, 17 de abril de 2013

Trabalhadores de Belo Monte chegam a Belém e realizam protestos


Cerca de 90 trabalhadores da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu, chegaram na grande Belém neste sábado (13), após quase 24 horas de viagem de ônibus. Os operários ficaram alojados na sede campestre do Sindicato da Construção Civil, em Ananindeua, que apoia o movimento. Segundo a assessoria de comunicação dos trabalhadores, que estão em greve desde o último dia 5 de abril, a saída do canteiro de obras e a vinda para a capital paraense é uma medida política.

Nesta segunda (15), o grupo denunciou a ação repressora do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte) e do governo que, a pedido da empresa enviou a Força Nacional para o canteiro de obras. A marcha contou com o apoio de sindicatos da região, da central sindical CSP-Conlutas e da população.

 Com faixas e cartazes escritos “CCBM será que voltamos à ditadura militar?”, “Governo Dilma, que papelão, a CCBM tem dinheiro e os operários escravidão”, os trabalhadores chamaram atenção dos paraenses e denunciaram a ação repressora da empresa e do governo que até o momento não os receberam para negociar.

 Em busca de negociação, operários acionam órgãos do governo do Pará – Na manhã desta segunda, cerca de 90 trabalhadores, organizados pela CSP-Conlutas, lotaram a Câmara dos Vereadores de Belém para onde também levaram suas denúncias. Na sessão, o vereador Cleber Rabelo (PSTU) apresentou ao plenário as reivindicações da greve.

 À tarde, os operários se concentraram na sede no Ministério Público do Pará em busca de uma audiência com a Procuradoria e seguida foi realizada uma audiência com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Pará.  

“Vamos acionar todos os órgãos públicos necessários, até que os trabalhadores sejam recebidos para negociar. O peão não quer militares em seu local de trabalho,  quer o direito de poder se manifestar  e fazer greve por melhores condições de trabalho  sem que para isso tenha que pagar com seu emprego”, frisou o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.

Entre as reivindicações dos trabalhadores está a redução do tempo de trabalho para poder visitar a família. De acordo com a categoria, a cada seis meses o trabalhador ganha licença para voltar para casa, mas, desde a greve de novembro do ano passado, a Justiça teria determinado que esse tempo fosse reduzido para cada três meses. Os trabalhadores reclamam que a determinação não vem sendo cumprida.

Outra reivindicação é com relação ao chamado “adicional de confinamento”, que não estaria sendo pago. No adicional, os trabalhadores teriam direito a receber 40% a mais no salário. Eles protestam ainda contra as demissões de mais de mil trabalhadores no período da greve.
*Com informações do G1 e CSP-Conlutas
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