Cerca de 90 trabalhadores da
usina hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu, chegaram na grande Belém
neste sábado (13), após quase 24 horas de viagem de ônibus. Os operários
ficaram alojados na sede campestre do Sindicato da Construção Civil, em
Ananindeua, que apoia o movimento. Segundo a assessoria de comunicação dos
trabalhadores, que estão em greve desde o último dia 5 de abril, a saída do
canteiro de obras e a vinda para a capital paraense é uma medida política.
Nesta segunda (15), o grupo
denunciou a ação repressora do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte) e do
governo que, a pedido da empresa enviou a Força Nacional para o canteiro de
obras. A marcha contou com o apoio de sindicatos da região, da central
sindical CSP-Conlutas e da população.
Com faixas e cartazes
escritos “CCBM será que voltamos à ditadura militar?”, “Governo Dilma, que
papelão, a CCBM tem dinheiro e os operários escravidão”, os trabalhadores
chamaram atenção dos paraenses e denunciaram a ação repressora da empresa e do
governo que até o momento não os receberam para negociar.
Em busca de
negociação, operários acionam órgãos do governo do Pará – Na manhã desta
segunda, cerca de 90 trabalhadores, organizados pela CSP-Conlutas, lotaram a
Câmara dos Vereadores de Belém para onde também levaram suas denúncias. Na
sessão, o vereador Cleber Rabelo (PSTU) apresentou ao plenário as
reivindicações da greve.
À tarde, os operários
se concentraram na sede no Ministério Público do Pará em busca de uma audiência
com a Procuradoria e seguida foi realizada uma audiência com a OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil) do Pará.
“Vamos acionar todos os
órgãos públicos necessários, até que os trabalhadores sejam recebidos para
negociar. O peão não quer militares em seu local de trabalho, quer o
direito de poder se manifestar e fazer greve por melhores condições de
trabalho sem que para isso tenha que pagar com seu emprego”, frisou o membro
da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.
Entre as reivindicações dos
trabalhadores está a redução do tempo de trabalho para poder visitar a família.
De acordo com a categoria, a cada seis meses o trabalhador ganha licença para
voltar para casa, mas, desde a greve de novembro do ano passado, a Justiça
teria determinado que esse tempo fosse reduzido para cada três meses. Os
trabalhadores reclamam que a determinação não vem sendo cumprida.
Outra
reivindicação é com relação ao chamado “adicional de confinamento”, que não
estaria sendo pago. No adicional, os trabalhadores teriam direito a receber 40%
a mais no salário. Eles protestam ainda contra as demissões de mais de mil
trabalhadores no período da greve.
*Com
informações do G1 e CSP-Conlutas