A
luta dos operários das obras da hidrelétrica de Belo Monte continua. De acordo
com o integrante da CSP-Conlutas Walter Santos, que está apoiando a greve,
nesse sábado (6) a repressão da Força Nacional sobre dos trabalhadores do Sítio
Pimental foi forte. “Estão tratando os operários como animais, como rebanho de
gado. A greve é pacifica, mas o governo federal e o CCBM [Consórcio Construtor
Belo Monte] agem de forma truculenta”, denunciou.
Segundo
Walter, mais de 450 trabalhadores foram demitidos nesse sábado e a Força
Nacional obrigou os trabalhadores a entregar o crachá. Outra lista de demissão
com mais 450 nomes também está sendo preparada para os próximos dias. “É assim
que o trabalhador é demitido, de forma truculenta. As leis trabalhistas não são
respeitadas”, frisou.
Os
trabalhadores realizaram uma marcha de 22 quilômetros pacificamente em
solidariedade aos operários em greve do Sítio Canais e Diques. “Mas a Força
Nacional encurralou os trabalhadores, obrigou a recuar e ajudou a demitir os
participantes da marcha”, informou Walter.
A
greve continua questionando as injustiças e a atuação do Sintrapav (Sindicato
dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará)
filiado à Força Sindical, que, de acordo com os trabalhadores, é omisso e
não apoia suas reivindicações. A CSP-Conlutas e o Sinticma (Sindicato dos
Trabalhadores das Indústrias Madeireiras e da Construção Civil Leve de
Altamira) apoia os trabalhadores a lutar pelos seus direitos.
Foram
listados mais de 35 itens de reivindicações que foram entregues ao departamento
de relações sindicais do CCBM. As principais são: 40% de adicional por
confinamento; Baixada de 3 meses para todos; Desfiliação geral do SINTRAPAV;
Fim do 5 por 1; Equiparação salarial; Fim do desvio de função, etc.
Além
das reivindicações e das denúncias das péssimas condições de trabalho, os
operários estão exigindo a destituição do Sintrapav. A entidade que sempre se
opõe à mobilização dos trabalhadores já está desmoralizada junto aos operários.
A
CSP-Conlutas e o Sinticma continuam firmes ao lado do trabalhadores. “ Um
sindicato de luta deve ter sempre um só lado, o lado dos trabalhadores contra
os patrões. Vamos junto construindo luta, confiança e respeito até conquistar
nossa pauta”, destacou Walter.
“O
CCBM não tem o direito de escalar o nosso time: somente nós, os próprios
trabalhadores, é que decidimos quem nos representa”, finalizou.
Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção
Civil de Belém