domingo, 7 de abril de 2013

Greve em Belo Monte: Consórcio Construtor e governo exploram e oprimem os operários


A luta dos operários das obras da hidrelétrica de Belo Monte continua. De acordo com o integrante da CSP-Conlutas Walter Santos, que está apoiando a greve, nesse sábado (6) a repressão da Força Nacional sobre dos trabalhadores do Sítio Pimental foi forte. “Estão tratando os operários como animais, como rebanho de gado. A greve é pacifica, mas o governo federal e o CCBM [Consórcio Construtor Belo Monte] agem de forma truculenta”, denunciou.

Segundo Walter, mais de 450 trabalhadores foram demitidos nesse sábado e a Força Nacional obrigou os trabalhadores a entregar o crachá. Outra lista de demissão com mais 450 nomes também está sendo preparada para os próximos dias. “É assim que o trabalhador é demitido, de forma truculenta. As leis trabalhistas não são respeitadas”, frisou.

Os trabalhadores realizaram uma marcha de 22 quilômetros pacificamente em solidariedade aos operários em greve do Sítio Canais e Diques. “Mas a Força Nacional encurralou os trabalhadores, obrigou a recuar e ajudou a demitir os participantes da marcha”, informou Walter.

 A greve continua questionando as injustiças e a atuação do Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará) filiado à Força Sindical, que, de acordo com os trabalhadores,  é omisso e não apoia suas reivindicações. A CSP-Conlutas e o Sinticma (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Madeireiras e da Construção Civil Leve de Altamira) apoia os trabalhadores a lutar pelos seus direitos.

Foram listados mais de 35 itens de reivindicações que foram entregues ao departamento de relações sindicais do CCBM. As principais são: 40% de adicional por confinamento; Baixada de 3 meses para todos; Desfiliação geral do SINTRAPAV; Fim do 5 por 1; Equiparação salarial; Fim do desvio de função, etc.

Além das reivindicações e das denúncias das péssimas condições de trabalho, os operários estão exigindo a destituição do Sintrapav. A entidade que sempre se opõe à mobilização dos trabalhadores já está desmoralizada junto aos operários.

 A CSP-Conlutas e o Sinticma  continuam firmes ao lado do trabalhadores. “ Um sindicato de luta deve ter sempre um só lado, o lado dos trabalhadores contra os patrões. Vamos junto construindo luta, confiança e respeito até conquistar nossa pauta”, destacou Walter.

“O CCBM não tem o direito de escalar o nosso time: somente nós, os próprios trabalhadores, é que decidimos quem nos representa”, finalizou.

Fonte: Sindicato dos  Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Belém
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