Cerca de 5 mil operários do canteiro de obras de Pimental
decidiram paralisar os trabalhos no início da tarde desta sexta, 5, informa o
Sindicato da Construção Leve de Altamira.
De acordo com os trabalhadores, entre os 21
itens da pauta de reivindicação estão o pagamento de adicional de 40% para
operários alojados no canteiro (o chamado adicional de confinamento, previsto
mas não efetuado pelo Consórcio Construtor Belo Monte – CCBM), equiparação
salarial em funções iguais para todos os canteiros de obra da usina, e fim do
sistema 5 por 1, no qual as folgas ocorrem em dias aleatórios e não há
adicional de horas extras nos finais de semana.
Os trabalhadores também reclamam do não
pagamento de adicional por insalubridade e periculosidade, da péssima qualidade
da alimentação e da constante presença de policiais e homens da Força Nacional
armados nos canteiros. “Muitos homens acabam ficando sem o café da manhã em
função do horário do início do trabalho, e hoje encontraram até insetos vivos
na comida. Já a questão da presença das forças de repressão incomoda muito, os
trabalhadores se sentem num presídio. Para se ter uma ideia, na última
demissão de 80 operários [no final de 2012], quem trouxe a lista de nomes foi a
Força Nacional de Segurança”, explica Maria Serafim, presidente do sindicato.
Os 80 trabalhadores demitidos foram
denunciados pelo espião contratado pelo CCBM para monitorar operários e,
posteriormente, o Movimento Xingu Vivo para Sempre (veja confissão aqui). Depois de descoberto no
final de fevereiro, o funcionário do CCBM, que recebia R$ 5 mil pelos
serviços de espionagem, afirmou que as informações colhidas por ele eram
disponibilizadas para a Agencia Brasileira de Inteligência (ABIN).
Fonte: Xingu Vivo