Uma série de matérias da jornalista Cristiane Capuchinho mostra a situação precária da Universidade Federal do Oeste do Pará- Ufopa. Os textos estão no portal Uol Educação:
A Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) vive de improviso mesmo três após o decreto de sua criação em novembro de 2009. Um de seus campi se chama "Boulevard" -- referência ao nome do hotel em que funciona, o Amazônia Boulevard.
Todos os 1.200 calouros que recebe a cada vestibular passam pelas 40 salas de aula que funcionam em conjunto com as atividades hoteleiras do locador, agências de viagem e até uma outra unidade universitária de uma instituição privada.
Anos se passaram até que em 2012
fosse realizado um congresso estatuinte, legitimado pela reitoria, que redigiu
um novo estatuto. "O documento previa que o estatuto fosse homologado pelo
Consun [Conselho Universitário] em 120 dias", explica Luiz Fernando de
França, presidente do Sindufopa (sindicato de professores da Ufopa).
Um ano após a estatuinte, a universidade segue sem o documento que permite, ente outras coisas, a eleição de um reitor. "Não temos nenhuma informação objetiva do que está sendo feito ou em que pé está a homologação do estatuto", afirma França.
Leia mais: Após três anos, Ufopa não tem estatuto e reitor indicado mantém cargo
Um ano após a estatuinte, a universidade segue sem o documento que permite, ente outras coisas, a eleição de um reitor. "Não temos nenhuma informação objetiva do que está sendo feito ou em que pé está a homologação do estatuto", afirma França.
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A falta de laboratórios em número suficiente para acomodar alunos e professores da Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) provoca situações esdrúxulas. Caso emblemático é o do Laboratório de Sementes Florestais. No laboratório convivem –ou deveriam conviver— quatro professores e suas pesquisas. No entanto, a pesquisa com sementes florestais não pode ser feita, pois a pesquisa com fungos, locada em uma bancada vizinha, contaminaria as amostras.
No ICED (Instituto de Ciências da Educação), o problema é ainda maior. Das 290 vagas oferecidas no último ano para alunos do ciclo básico, apenas metade foram preenchidas, afirma o reitor, que diz estar avaliando um plano de estímulo que prevê que todos os alunos da licenciatura recebam bolsa de estudos.
O modelo, que na visão do professor Seixas é inovador e precisa apenas de adequações que devem vir a partir da experiência, é percebido pela maioria dos alunos e professores entrevistados como gerador de frustração e desperdício de dinheiro público.
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O vestibular da Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) não seleciona diretamente para as graduações que oferece. O sistema inclui, pelo menos, seis meses de matérias interdisciplinares para que o calouro se classifique para o instituto desejado. A escolha do curso demora outros seis meses, no mínimo.
Mesmo já nos bancos do ensino superior, o clima nas aulas dos primeiro anistas é de competição. Os estudantes ouvidos pelo UOL relatam que uma das principais consequências é que não há sentimento de grupo. Alguns alunos se recusam a fazer trabalhos em grupo, não repassam mensagens de professores e chegam a rasgar a lista de frequência. O objetivo é prejudicar seus colegas-concorrentes.