sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ibama bloqueia 27 madeireiras envolvidas em fraude


O Ibama identificou uma movimentação indevida de 64 mil metros cúbicos de créditos de madeira serrada (o equivalente a 3,2 mil caminhões cheios), nestas últimas duas semanas, enviados em massa e de forma fraudulenta por serrarias em cinco diferentes estados para abastecer madeireiras no Pará.

Vinte e sete empresas paraenses envolvidas no esquema, cujo objetivo era esquentar madeira ilegal explorada nas florestas protegidas do estado, tiveram hoje o acesso aos sistemas eletrônicos federal DOF e estadual Sisflora/PA bloqueados pelo instituto, e não poderão mais negociar produtos florestais no país.

No total, cerca de cem madeireiras no Pará recepcionaram os créditos indevidos do esquema e também poderão ter o acesso ao mercado bloqueado nos próximos dias. As empresas envolvidas, além das multas, que até o momento somam R$ 10 milhões, serão denunciadas ao Ministério Público por formação de quadrilha, fraude nos sistemas oficiais de administração ambiental e crimes fiscais.

Essa é a maior operação de envio de créditos virtuais interestadual, ou seja entre os sistemas eletrônicos DOF e Sisflora/PA, flagrada nos últimos anos pelo Ibama, segundo os analistas ambientais envolvidos nas auditorias que identificaram as irregularidades.

As transações fictícias, que não envolviam de fato o transporte da madeira serrada para o Pará, ocorreram entre primeiro de março e 10 de abril. Os créditos virtuais saíam de contas no DOF de serrarias localizadas nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantis, o quais recebiam créditos dos estados do nordeste, sudeste e sul do país, num sistema de triangulação. Em seguida, entravam nas contas no Sisflora/PA das madeireiras que, assim, podiam emitir Guias Florestais fraudadas para "legalizar" a madeira irregular que já possuíam.

"Era uma rota absurda porque o Pará é um estado produtor, rico em florestas, não tem sentido vir madeira de fora", explica o chefe da Fiscalização do Ibama no Pará, Paulo Maués.

O grosso do volume entrou primeiro em quatro empresas do Pará que espalharam os créditos no mercado. Principalmente para esquentar madeira irregular na região de Paragominas e Novo Progresso. "Uma parte dos créditos já foi utilizada para mandar madeira esquentada para todo o Brasil e houve inclusive exportação. Mas já retiramos cerca de 20 mil metros cúbicos do mercado e vamos obrigar os envolvidos a estornarem todo o total recebido ilegalmente", afirma Maués.

Fonte: Diário do Pará On-line, com informações do Ibama
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